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Deputados  se revezam para discursar na Câmara. | Antonio Cruz/Agência Brasil
Deputados se revezam para discursar na Câmara.| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Um grupo de deputados anti-governo ainda busca neste sábado (16) um discurso para votar pela abstenção ou contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, apesar da posição de seus partidos a favor do afastamento dela.

O objetivo deles seria não legitimar o processo conduzido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no STF (Supremo Tribunal Federal) sob acusação de recebimento de propina do esquema de desvios da Petrobras.

Por enquanto, porém, nenhuma decisão foi tomada pelo grupo, ligado a PSB, Rede, PSD, entre outros, e apelidado de “Nem Dilma nem Cunha”. O caminho a ser tomado pode ser influenciado pela ofensiva do governo, contra o impeachment, e do vice Michel Temer, a favor, que retornou a Brasília para impedir a perda de votos. As negociações devem se prolongar até este domingo (17), dia da votação em plenário.

A abstenção prejudicaria o movimento pelo afastamento de Dilma, que precisa chegar ao mínimo de 342 votos (dois terços da Casa) para abrir o processo que pode levar à saída dela e à posse de Temer na presidência.

Neste sábado, esse grupo somava seis, sete deputados, podendo chegar, na conta deles, a 15, ou, sendo um pouco otimista, a 20. O cenário, até agora, é incerto.

O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) participa das discussões. “Minha tendência é seguir o meu partido, mas essa tese da falta de legitimidade do Cunha é forte”, afirmou.

Estariam na mesma situação, por exemplo, os deputados João Derly (Rede-RS) e José Reinaldo (PSB-MA). O PSB orientou o voto pelo impeachment, mas sem punir dissidentes. A Rede, da ex-senadora Marina Silva, também se manifestou a favor, mas sem obrigar seus quatro deputados a seguirem esse caminho.

O movimento de José Reinaldo contra o processo seria um contraponto à articulação da família Sarney, adversária política dele no Maranhão, pelo afastamento de Dilma do Palácio do Planalto.

Na sexta (15), houve um trabalho muito intenso dos governadores, resultando declarações de alguns parlamentares que estavam a favor do impeachment e se posicionaram contrariamente, como o vice-presidente da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA).

“Os deputados estão começando a pensar melhor. Quem se diz a favor do combate à corrupção e quer o impeachment da presidente por conta disso está pensando melhor se vai apoiar uma chapa Michel Temer-Eduardo Cunha. Isso não é chapa que se apresente como algo que vá combater a corrupção”, disse o deputado Wadih Damous (PT-RS).

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