| Foto: ANTONIO AUGUSTO/Câmara dos Deputados

Com apelos diretos pela aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff, o relator do processo na Câmara, Jovair Arantes (PTB-GO), reafirmou neste domingo (17) a argumentação de que há indícios suficientes para que a denúncia contra a petista seja aceita pela Casa. Para ele, Dilma cometeu crime de responsabilidade ao ter praticado as chamadas pedaladas fiscais.

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Em um discurso de 25 minutos, interrompido diversas vezes pelos demais deputados, Jovair afirmou que “é chegada a hora da votação do parecer aprovado pela comissão especial”.

Tempo real: acompanhe a sessão da Câmara que vota o impeachment

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“Estamos diante dos momentos mais importantes da história desse país. Vamos fazer história neste domingo com tarde ensolarada. É hora de reescrevê-la em busca de um novo tempo. E hoje vamos dar uma resposta à sociedade brasileira”, disse.

O petebista evitou fazer um discurso meramente político e focou sua fala nas questões técnicas e jurídicas da denúncia contra Dilma que, em tese, sustentam haver fortes indícios de que Dilma cometeu crime de responsabilidade no manejo orçamentário, com as chamadas pedaladas fiscais.

“Democracia é muito mais que uma eleição popular. Não se pode fazer tudo só porque foi eleita pelo voto, 54 milhões de votos não a autorizam a descumprir a Constituição e a praticar atos ilícitos contra as finanças públicas”, disse. “Não vejo diferença entre aqueles que se apropriam do dinheiro público, praticando atos de corrupção, daqueles que mascaram a real situação fiscal do país como um projeto de poder.”

De acordo com Jovair, além das questões jurídicas, ele levou em consideração ainda o cenário de crise econômica que assola o país para concluir pela admissibilidade do impeachment.

“São vários sinais da paralisia que tomou conta do país. Não são só os decretos orçamentários. O Brasil não precisa de muros, precisa de pontes. O Brasil está doente e o remédio não é outro senão a retomada da austeridade, da retomada do crescimento econômico”, afirmou. Jovair foi o primeiro a discursar na sessão aberta para a votação do impeachment.

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O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) abriu a sessão pontualmente às 14h. No início da sessão, uma confusão se instalou no plenário. Deputados da base governista pediram para que parlamentares de oposição deixassem a área da mesa onde se aglomeravam. Depois de alguns bate-bocas, Cunha pediu para que eles liberassem o espaço.

Deputados aliados do governo pediram novamente a Cunha para que o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, pudesse fazer a defesa da presidente mas o peemedebista negou.

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