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“Não basta só colocar no orçamento, o difícil é fazer valer uma pressão conjunta para que o governo libere o dinheiro.”
Alex Canziani, coordenador da bancada federal do Paraná no Congresso | Albari Rosa/Gazeta do Povo
“Não basta só colocar no orçamento, o difícil é fazer valer uma pressão conjunta para que o governo libere o dinheiro.” Alex Canziani, coordenador da bancada federal do Paraná no Congresso| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Cinco hospitais filantrópicos que respondem por 84% dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Curitiba iniciaram ontem uma cruzada para conseguir R$ 50 milhões em investimentos do governo federal em 2011. O valor será solicitado por meio de uma emenda de bancada dos deputados federais e senadores do Paraná. Há seis anos as instituições não recebem recursos de emendas coletivas.

A ação também é um primeiro passo para que as instituições passem a trabalhar em conjunto em outras áreas. "A união é o melhor caminho e não apenas aqui em Brasília", disse o deputado federal e presidente licenciado da Sociedade Evangélica Beneficente, que gerencia o Hospital Evangélico, André Zacharow (PMDB). Os outros hospitais envolvidos são o Cajuru, Erasto Gaertner, Pequeno Príncipe e Santa Casa.

Segundo o parlamentar, está em estudos a criação de um sistema unificado de compras, informática, farmácia, treinamento, lavanderia e coleta de lixo. Tradicionalmente, os hospitais filantrópicos dependem das emendas para realizar investimentos, mas atuam de maneira dispersa na negociação. A maior parte dos recursos é recebida por emendas individuais (para o ano que vem, cada congressista tem o direito de indicar a execução de projetos até um teto de R$ 12,5 milhões).

O objetivo para 2011 é dividir os R$ 50 milhões da emenda coletiva em partes iguais para cada instituição. O dinheiro será aplicado na aquisição de novos equipamentos e na compra de materiais permanentes. O valor ajuda a compensar o déficit nos valores pagos pelas consultas do SUS, que não cobrem nem os gastos com custeio.

"Quem atende pelo SUS e quer manter qualidade e boa técnica sabe que a conta não fecha", afirmou o diretor-financeiro do Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro. Juntos, os cinco hospitais também respondem por 60% de todos os atendimentos do SUS no Paraná. No ano passado, as cinco instituições realizaram juntas 848.337 consultas ambulatoriais, 334.753 atendimentos de emergência, 102.682 internamentos e 72.217 cirurgias. Todas são de administração privada.

O coordenador da bancada federal do Paraná, deputado Alex Canziani (PTB), disse que o principal desafio dos parlamentares do estado é garantir que a emenda seja executada pela União. "Não basta só colocar no orçamento, o difícil é fazer valer uma pressão conjunta para que o governo libere o dinheiro."

Por ano, os paranaenses têm direito de indicar 20 emendas de bancada, que não têm limite de valor. Neste ano, os parlamentares encaixaram R$ 21,8 milhões em recursos para reequipamento da rede hospitalar do estado. Nada foi empenhado pelo governo.

A média de empenho (reserva de dinheiro no orçamento) para as emendas, porém, está maior do que em anos anteriores. Dos R$ 357 milhões autorizados pelo governo em 2010, R$ 63 milhões foram empenhados (17,64%). Em novembro de 2009, o valor autorizado era de R$ 196 milhões, enquanto o total empenhado era de apenas R$ 13,3 milhões (6,82%). O grosso dos empenhos costuma ocorrer em dezembro.

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