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Atualizada na quinta-feira, dia 31 de agosto, às 18h42

O ex-ministro da Saúde e atual candidato do PT ao governo de Pernambuco, Humberto Costa, entregou nesta quinta-feira à Justiça Federal a autorização para a quebra de seu sigilo telefônico, bancário e fiscal. Costa, que foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento com a Máfia dos Vampiros, se reuniu pela manhã com o procurador da República Gustavo Velloso , encarregado de decidir se faz ou não uma nova denúncia contra o esquema. Durante a conversa, o ex-ministro voltou a afirmar que é inocente e apontou supostas falhas no relatório do inquérito assinado pelo delegado da Polícia Federal Marcelo Moselli.

- Tinha que olhar nos olhos dele e falar da minha inocência. Me parece que, nesse caso, houve uma precipitação em estabelecer esse indiciamento. Houve, no meu ponto de vista, um erro por parte do delegado - afirmou Costa, que também autorizou a quebra de sigilo de membros da sua família: pais, filhos e esposa.

O ex-ministro atribuiu seu indiciamento a uma "armação política", já que, segundo ele, vem crescendo nas pesquisas na disputa pelo governo de Pernambuco.

- No momento em que venho crescendo nas pesquisas de opinião, esse processo vem a público. Portanto, eu só posso imaginar que há um interesse político por trás disso - afirmou.

A PF indiciou Costa, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e mais 40 empresários, lobistas e servidores públicos por envolvimento com a máfia dos vampiros. Eles são acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva e fraude em licitação. As investigações mostram gravações telefônicas de lobistas ligados aos vampiros acertando pagamentos para Delúbio Soares.

Segundo essas gravações, o então tesoureiro do PT, um dos principais operadores dos escândalos do valerioduto e do mensalão, iria facilitar a liberação de recursos no Ministério da Saúde no governo Lula, em troca das propinas. Um dos empresários acusados de participação no esquema dos vampiros teria declarado ter dado dinheiro para o então ministro Humberto Costa.

Em maio de 2004, a Polícia Federal desencadeou a Operação Vampiro, prendendo 17 pessoas acusadas de fazer parte de um esquema que teria desviado cerca de R$ 2 bilhões do Ministério da Saúde. Foram afastados ou exonerados 25 servidores do ministério. Empresários, lobistas e servidores foram acusados de fraudar licitações para a compra, no exterior, de derivados de sangue.

Pelas investigações, o esquema fraudava licitações, desde 1990, e desviava recursos destinados à compra de coagulantes usados no tratamento de hemofílicos. A Máfia do Sangue, como foi batizada a quadrilha, começou a ser investigada pela Polícia Federal em março de 2003 a partir de denúncia do ministro Humberto Costa.

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