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Lula falou sobre o Plano de Direitos Humanos no Maranhão, onde esteve para inaugurar uma refinaria da Petrobras, junto com a governadora Roseana Sarney, o ministro Edison Lobão e o senador José Sarney | Ricardo Stuckert/AFP
Lula falou sobre o Plano de Direitos Humanos no Maranhão, onde esteve para inaugurar uma refinaria da Petrobras, junto com a governadora Roseana Sarney, o ministro Edison Lobão e o senador José Sarney| Foto: Ricardo Stuckert/AFP

A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de modificar o Programa Nacional de Direitos Humanos para agradar a área militar do governo não foi suficiente para pôr fim à polêmica sobre o texto. Em nota oficial divulgada ontem, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirma que mantém sua posição contra alguns pontos do programa, especialmente no que diz respeito à descriminalização do aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo."A CNBB tem, ao longo de sua história, se manifestado sobre vários temas contidos no atual Programa Nacional de Direitos Humanos. Nele há elementos de consenso que podem e devem ser implementados imediatamente. Entretanto, ele contém elementos de dissenso que requerem tempo para o exercício do diálogo, sem o qual não se construirá a sonhada democracia participativa, onde os direitos sejam respeitados e os deveres observados", diz a nota.

A CNBB afirma ainda que mantém sua posição "em defesa da vida e da família, e contrária à descriminalização do aborto, ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito de adoção de crianças por casais homoafetivos".

Os bispos também classificam de "intolerante" a sugestão do programa de "impedir a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União". "Tal medida intolerante pretende ignorar nossas raízes históricas", afirma a CNBB.

Na nota, a entidade afirma que tem em sua história a promoção e defesa dos direitos humanos – por isso se mostra disposta a dialogar com o governo detalhes do programa. Mas critica "reducionismos" presentes no texto elaborado pelo Executivo.

"Em sua defesa dos Direitos Humanos, a Igreja se baseia na concepção de pessoa humana que lhe advém da fé e da razão natural. Diante de tantos reducionismos que consideram apenas alguns aspectos ou dimensões do ser humano, é missão da Igreja anunciar uma antropologia integral, uma visão de pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus." A CNBB afirma ainda, na nota, que o ser humano é sagrado "desde o momento de sua concepção até o seu fim natural".

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