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“O erro que a Dilma cometeu foi deixar os partidos indicarem. Ela deveria ter escolhido entre os quadros dos partidos aliados.” Reinhold Stephanes (PMDB-PR), deputado federal | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
“O erro que a Dilma cometeu foi deixar os partidos indicarem. Ela deveria ter escolhido entre os quadros dos partidos aliados.” Reinhold Stephanes (PMDB-PR), deputado federal| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

A queda de Pedro Novais – a quinta baixa no primeiro escalão do governo federal – afeta bem mais a imagem do PMDB do que a da Presidência da República, na opinião de parlamentares e cientistas políticos consultados pela Gazeta do Povo. Assim, mesmo que nem todos os novos nomeados por Dilma Rousseff sejam escolhidos diretamente por ela, ainda predomina a impressão de que a presidente está se beneficiando muito mais do que se prejudicando com a atual "faxina", uma vez que estaria aproveitando as sucessivas quedas para fazer trocas que julgava necessárias.

O deputado federal Reinhold Stephanes (PMDB-PR) acredita que os problemas recorrentes com ministros deveriam levar o governo a recusar algumas indicações de nomes feitas por partidos aliados. "O erro que a Dilma cometeu foi deixar os partidos indicarem. Ela deveria ter escolhido entre os quadros dos partidos aliados", diz. Para Stephanes, o PMDB está em situação difícil, com a imagem cada vez pior. "É preciso indicar pessoas com ficha limpa e também competentes", pondera.

O deputado federal André Vargas (PT-PR), secretário de comunicação do partido, avalia que os problemas ocorridos nos ministérios não têm relação alguma com o processo de indicação política pelos partidos aliados. Mas ele reconhece que, a cada nova queda, o crivo de seleção para o sucessor fica mais rigoroso. "O governo está indo bem porque o país está funcionando e continua sem solavancos", afirma.

Também para o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), que não é da ala mais próxima ao centro de poder petista, o governo está conseguindo passar bem pelas diversas crises ministeriais. "Há um certo desgaste, natural quando acontecem muitas trocas, mas o governo tem tido reações rápidas. E muito pior do que a saída de ministros é manter no cargo pessoas com suspeita de irregularidades. Então estremece, mas não compromete", pondera.

"A imagem da Dilma e do governo até melhorou. Nenhuma das denúncias até agora colou nela", afirma David Fleischer, que é professor de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB). Já para o PMDB, responsável por três dos cinco ministros substituídos, a situação estaria ficando cada vez pior. "Para o PMDB, foi o fim da picada. Tanto que diante das novas denúncias contra Novais o partido mesmo se reuniu e pressionou pela saída", enfatiza.

O cientista político Antônio Octávio Cintra reforça que os governantes se concentram em ministérios-chaves, como Planejamento e Fazenda, e acabam deixando as pastas consideradas periféricas para os partidos aliados. "Mas em função da Copa do Mundo e da Olimpíada, esse ministério ‘periférico’ adquiriu importância", declara.

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