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A Secretaria de Segurança Pública abriu inquérito para apurar a veiculação de uma entrevista pela TV Bandeirantes com um líder do crime organizado. Exibida na madrugada desta quinta-feira, a reportagem do jornalista Roberto Cabrini, mostrou uma gravação com um líder do crime organizado. Nela, o repórter diz que falou com o 'responsável pelos ataques à cidade', o preso Marcos Camacho, o Marcola, pelo celular. Segundo as autoridades, desde sábado, Marcola está na penitenciária de Presidente Bernardes.

Na entrevista, o suposto criminoso conta como foi tomada a decisão de deflagrar uma onda de ataques a São Paulo. O que provocou reação das autoridades paulistas, no entanto, foi o uso do telefone celular. Para o governo paulista, a penitenciária de Presidente Bernardes é de 'segurança máxima' e, portanto, seria impossível que a entrevista tivesse sido feita com Marcola, como deu a entender a reportagem.

O governador Claudio Lembo afirmou que Marcola está incomunicável e que o governo de São Paulo irá à Justiça pedir esclarecimento à TV Bandeirantes . Segundo o governador, o secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, negou a ele que o detento tenha conseguido falar por celular.

- Claro que ele está incomunicável. Vamos ao poder judiciário pedir esclarecimento - afirmou Lembo.

A primeira reação da Secretaria de Administração Penitenciária foi afirmar, por meio de sua assessoria de imprensa, que a TV Bandeirantes deveria provar que a entrevista era verdadeira . Mais tarde, divulgou nota na qual afirma que a entrevista é falsa . Diante disso, o Globo Online decidiu retirar o conteúdo transcrito da entrevista do ar, enquanto aguarda manifestação da TV Bandeirantes .

Antes do pronunciamento da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), em entrevista à rádio CBN, o diretor do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt, afirmou que 'não é normal' que um preso consiga usar telefone celular de dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. O delegado disse que ficou surpreso com a reportagem da TV Bandeirantes.

- Ficamos surpreso, mas sabe Deus, tudo vem acontecendo. O normal não é para ter acontecido isso, mas normal também não era vender meu depoimento - afirmou.

O depoimento sigiloso de Bittencourt à CPI do Tráfico de armas foi vendido por R$ 200 a advogados do crime organizado, e teria sido repassado em audioconferência a presídios do estado.

O jornalista Roberto Cabrini abriu a reportagem dizendo que falou com o responsável pelos ataques à cidade pelo celular. E fez um perfil de Marcola, lembrando que ele foi condenado a 30 anos de prisão por assalto a banco e cumpriu 20.

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