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“Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política.” Wilson Lima (PR), governador interino | Maíra Moraes/Jornal de Brasília
“Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política.” Wilson Lima (PR), governador interino| Foto: Maíra Moraes/Jornal de Brasília

Brasília - Em carta à imprensa, o novo governador interino do Distrito Federal, Wilson Lima (PR), afirmou que não pretende fazer "mudanças bruscas" nem aceitar "ingerência política" e que assume o Executivo para evitar a intervenção federal. Presidente licenciado da Câmara Legislativa, Lima disse que pretende ser "um instrumento de transição democrática entre um governo eleito e outro governo eleito".

"Não serei empecilho à volta da normalidade. Não criarei um único obstáculo para a condução democrática de nossa cidade. Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política", disse.

No texto, o novo governador interino afirmou ainda que decidiu assumir o comando da capital federal para garantir normalidade à capital federal, evitando a paralisia de obras, das ações sociais e para que as coisas não piorem ainda mais.

Lima é o terceiro governador do Distrito Federal em 12 dias. Ele assume após a renúncia de Paulo Octávio, anunciada ontem. Paulo Octávio assumiu o cargo no dia 11 com a prisão e o afastamento de José Roberto Arruda (sem partido) determinado pelo Superior Tribu­­­nal de Justiça.

O novo governador interino se reuniu com os deputado distritais para pedir apoio contra a intervenção federal defendida pela Procuradoria-Geral da República. Pelos corredores da Câmara, os deputados ainda estão divididos quanto ao apoio a Lima. "O nosso apoio é ao respeito da linha sucessória", disse o deputado Chico Leite (PT), relator dos pedidos de impeachment de Arruda.

Para o deputado Antonio Reguffe (PDT), o ideal seria que o presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Níveo Gonçalves, assumisse o governo.

Perfil

Wilson Lima, 57 anos, é o típico político de Brasília: fez de tudo na vida antes de entrar na política. Nasceu no interior de Goiás e anotou no próprio currículo ter sido "vendedor de picolé, frentista, mecânico, lan­­­­terneiro, pintor, balconista e cobrador de ônibus".

Em Brasília, abandonou a faculdade de música e virou empresário. Transformou o Mer­­­cadinho Progresso, negócio do pai, nas Organizações Lima e entrou para a política.

Foi eleito deputado pela primeira vez em 1998, pelo PSD. Depois se filiou ao Prona, hoje PR.

Em 2006 se reelegeu distrital gastando R$ 246,4 mil declarados. Entre os doadores de campanha está o comitê do então candidato José Roberto Arruda (sem partido).

No dia 2 de fevereiro, com a saída de Leonardo Prudente (sem partido), flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Lima foi eleito presidente da Câmara Distrital por 15 votos. O deputado ocupava a primeira-secretaria e recebeu o aval de Arruda para ocupar o comando. A ideia do governador afastado era que Lima trabalhasse em sua defesa. A prisão de Arruda mudou o cenário.

Apesar da proximidade com o grupo de Arruda, o nome de Lima não surgiu nas denúncias. Ele se define como "peixe-folha", espécie que finge estar morta para agarrar as presas.

Lima assume sob pressão da base. O próximo na linha sucessória é o petista Cabo Patrício, hipótese considerada intragável por aliados de Arruda.

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