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O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, argumentou há pouco que empresas que têm contratos para execução de obras do governo federal apresentam forte evolução do faturamento porque recentemente o País passou a investir mais. Em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, Bernardo respondeu a parlamentares da oposição que os investimentos do governo saltaram de R$ 3 bilhões em 2005 para R$ 638 bilhões no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Houve grande pressão para incluir empreendimentos no PAC, do Congresso inclusive, por meio da inclusão de emendas no programa", disse.

Bernardo voltou a afirmar que a obra do Contorno Rodoviário de Maringá, alvo de denúncias de favorecimento para empresários quando ele ainda era ministro do Planejamento, também foi originada de uma emenda parlamentar. "Todos os deputados e senadores do Estado do Paraná assinaram o pedido. Quando tem a demanda, todos vão lá pedir. Mas quando tem problema o ministro Paulo Bernardo vira padrinho do problema", disparou.

O ministro admitiu, porém, conhecer os sócios da empreiteira Sanches e Tripoloni, Antônio Sanches e Paulo Tripoloni. Segundo ele, no entanto, a empresa, que doou recursos para a campanha de sua esposa ao Senado (a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann) também fez doações a outros candidatos, de vários partidos.

Bernardo voltou a dizer que andou de carona em aviões alugados pela campanha da ministra, mas não tem como informar os prefixos nem os proprietários das aeronaves. "Não vou responder pela Gleisi, porque não sou procurador dela nem para pagar conta de luz. Ela registrou e pagou, e o TRE aprovou a prestação de contas", completou.

Paulo Bernardo também negou ter sofrido qualquer tipo de pressão para aprovar o Projeto de Lei da Câmara nº 116, que abriu o mercado de TV a cabo para as teles e reduziu as limitações ao capital estrangeiro nas empresas de TV por assinatura. Disse nunca ter conversado sobre o assunto com o ex-ministro Zé Dirceu que presta consultoria para o empresário mexicano Carlos Slim, que é sócio da NET

Além disso, acrescentou o ministro, o projeto que ainda vai à sanção presidencial teve origem no próprio Congresso, apesar de o governo ter dado abertamente apoio às novas regras. "Com relação à NET, temos informação de que a maioria do capital votante pertence às Organizações Globo, mas a maioria do capital total pertence ao grupo do empresário mexicano. A Globo deverá abrir mão do controle e até onde consta continuará sócia, mas não sei em que condições", concluiu.

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