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A revista Veja desta semana chega às bancas com mais uma denúncia envolvendo a família do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Depois do filho Fábio, sócio de uma empresa que recebeu R$ 5 milhões da Telemar, foi a vez de um irmão ser atingido por acusações de estar se beneficiando da proximidade do poder. Genival Inácio da Silva, o Vavá, admitiu em entrevista que recebe e encaminha pedidos de empresários interessados em "trabalhar com o governo". Mas, segundo ele, "por enquanto", não recebeu nenhum pagamento pelo serviço.

Aos 64 anos, Vavá acrescentou à sua lista de profissões – ele já foi operário, metalúrgico e funcionário público, hoje aposentado – a atividade de consultoria. Desde o início do ano, um escritório em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, serve de base para o primeiro-irmão receber os pedidos de empresários junto a prefeituras petistas, empresas estatais e órgãos do governo federal, como a Caixa Econômica Federal e a Secretaria-Geral da Presidência da República (veja mais no quadro).

Em resposta encaminhada pela Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto, o presidente diz que não sabia de nada. A nota diz que Lula "nunca teve conhecimento das supostas atividades" desenvolvidas por seu irmão. Segundo o artigo 332 do Código Penal Brasileiro, "solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da função" configura crime de tráfico de influência. A pena prevista para esses crimes varia de dois a cinco anos de prisão.

A Veja apurou ainda que, mesmo sem ganhar nada, o escritório do irmão do presidente cresceu a ponto de Vavá ter planos para uma ampliação. O empresário procurava uma sala maior para alugar e havia acabado de contratar uma nova funcionária. Segundo a reportagem, o quadro de funcionários é composto atualmente pela secretária Gisely Sant’Ana, o advogado Emmanuel Quirino dos Santos e a ex-agente de viagens Cristina Caçapava. Amiga do ex-metalúrgico há 23 anos, ela se identificava como assessora nos contatos com órgãos públicos. Proximidade que vale como propaganda para os futuros clientes: uma foto em que ela, o chefe e o presidente aparecem juntos decora a sala de entrada do escritório.

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