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Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal. | Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil
Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

Com cartazes nas mãos e discursos no Salão Verde, no acesso à presidência da Câmara, um grupo de parlamentares de vários partidos protestaram e criticaram a gestão do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e a classificaram como ditatorial e autoritária. Estavam presentes deputados do PSB, do PSol, do PPS e do PT. São os mesmos que, no plenário, têm contestado os atos de Cunha. No momento em que os deputados faziam o ato, Cunha passou por eles, mas não houve manifestação nem de Cunha, nem dos deputados que continuaram discursando.

Para adversários, gestão Cunha na Câmara é marcada por autoritarismo

Descontentes consideram que a condução dos trabalhos pelo presidente da Câmara é feita de forma autoritária e vertical

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“O marco que fica é o do autoritarismo, da arbitrariedade e da pauta regressiva”, criticou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

“O que se percebe é muita pressa em andar para trás, atropelando minorias e o regimento. A forma como ele vota é irresponsável”, acrescentou o deputado Alessandro Molon (PT-RJ).

Segundo Molon, Cunha age como ditador. Na entrevista que deu à imprensa na manhã desta quinta-feira, Cunha ironizou o ato e lembrou que os projetos foram aprovados com o voto da maioria neste primeiro semestre:

“Será que sou ditador e todos concordam com minha ditadura? Isso é choro de perdedor.”

Os deputados divulgaram um documento, intitulado “um semestre de retrocessos”, onde listam 15 posturas e decisões de Cunha que, entendem, autoritárias e conservadoras. “No balanço de seus primeiros seis meses de gestão, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, anuncia supostos avanços na administração da Casa. Omite, no entanto, o desserviço prestado ao país por sua agenda autoritária e conservadora. Cunha sustenta-se sobre uma base de deputados e líderes que corroboram seus métodos e posições políticas. Cresce, porém, a resistência dentro e fora do Parlamento”, diz o documento.

O grupo lista entre esses pontos “autoritários” a criação de comissões especiais para com temas “hiperconservadores”, como revisão do Estatuto do Desarmamento, o Estatuto da Família e a da redução da maioridade penal; criticam o “engavetamento” da CPI dos Planos de Saúde, a aceleração da votação do projeto da terceirização dos empregos e a manobra da votação do financiamento privado de campanha. Eles classificaram as mudanças eleitorais aprovadas como “minirreforma” eleitoral. Esses deputados também criticaram o fechamento das galerias do plenário, que impediu o acesso do público, em algumas votações polêmicas, as medidas contrárias aos servidores da Câmara e também o programa “Câmara Itinerante”, que leva estrutura de comunicação da Casa nas viagens de Cunha aos estados. “Tem a marca da autopromoção”, diz o texto.

Os deputados também lembraram as denúncias contra Cunha na Operação Lava Jato. “Avolumaram-se as denúncias envolvendo o presidente da Câmara. Sua ida à CPI da Petrobras transformou-se em um rebaixado desagravo à sua pessoa e saraivada de ataques à Procuradoria Geral da República, prenunciando a blindagem que seus aliados montaram”.

A construção do “shopping” num dos anexos da Câmara também foi lembrado.

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