Integrante da ala dos 'autênticos' do PMDB, o senador Jarbas Vasconcelos afirmou nesta sexta-feira (8), no Recife, que considera o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, "candidatíssimo" à Presidência da República e antecipou sua disposição de trabalhar pela potencial candidatura. "Eu estou engajado neste projeto, já conversei com ele (Eduardo) e estou disposto a trabalhar dentro do meu partido, nas bases do PMDB e dentro do Senado da República junto a alguns senadores para promover alguns encontros com ele", afirmou o senador, em entrevista, depois de reunião com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), afilhado político do governador.

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Ex-governador e ex-prefeito, Jarbas reafirmou uma qualidade de Eduardo Campos que considera "extraordinária" no homem público: a capacidade de conciliar agenda administrativa com agenda política. "Eu nunca consegui fazer isso", afirmou ele. "Eduardo consegue com sucesso em todas as duas", elogiou.

De ferrenhos adversários, Jarbas e Eduardo se reconciliaram durante a campanha municipal, ano passado, quando o senador apoiou Geraldo Julio. Na entrevista, Jarbas reafirmou a legitimidade do pleito de Eduardo e criticou o PT e o governo do PT de tentarem "sequestrar" alternativas ao Brasil. "Não pode ficar nessa coisa de PT reiteradamente e não querer que a oposição, ou uma pessoa fora da oposição, como Eduardo Campos, que pertence ao núcleo de governo, mostre uma postulação", afirmou. "Isso na prática é sequestrar, é impedir que surjam alternativas de poder, expectativa de poder dentro do País, e isso é ruim".

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"No momento em que há uma reação contundente contra Eduardo, contra Aécio (Neves, do PSDB) é querer sequestrar as alternativas que o povo pode ter, e ter somente essa via única de PT: só o PT resolve, só o PT é bom, só o PT tem alma, só o PT tem coração, só o PT tem ética", frisou. "Não é bem assim, isso tem que ser discutido com a sociedade e nada mais natural que uma candidatura como a de Eduardo galgue um caminho normal, de absoluta naturalidade e que ele possa ser candidato".

Insanidade

Para Jarbas, o ex-presidente Lula "cometeu uma insanidade política" no momento em que lançou a candidatura da presidente da República à reeleição um ano antes do calendário eleitoral. "Isso é muito ruim para ela e péssimo para o País", avaliou, ao destacar que o Brasil enfrenta a retomada da inflação, teve "um Pibinho" em 2012 e está cheio de problemas, com muitos gargalos na infraestrutura. "A presidente se submete a uma agenda eleitoral que vai ser um verdadeiro emaranhado para ela durante esse período", observou.

Jarbas disse não acreditar que uma postulação do socialista ajude uma candidatura do PSDB. "Eduardo é candidato para ganhar, é candidato para levar a eleição para segundo turno e disputar a eleição no segundo turno, se for o caso", opinou. "Ele não vai fazer o jogo ou entrar nisso para provocar, ele vai entrar para ganhar a eleição".