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O deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) insinuou nesta segunda-feira que o esquema de mensalão ultrapassou as fronteiras do Congresso e atingiu também o Executivo. Para cerca de 800 participantes de seminário que deveria discutir reforma política, o deputado foi enfático:

- Tem ministros que mandaram sacar (recursos do mensalão). Só que não se toca nesse assunto. É um assunto que está em uma espécie de bruma. E todo mundo sabe que tem secretário-executivo e chefe de gabinete que botaram a mão na grana - disse Jefferson.

O deputado ainda sugeriu que os recursos provenientes do chamado mensalão não serviram para enriquecer parlamentares do PT, mas para financiar um projeto político do partido.

- Eu não vi o enriquecimento de ninguém do PT. O grosso (do dinheiro) a gente não sabe onde está. Tudo indica que serviria para financiar um projeto político e que perpetuaria por 10 ou 15 anos - afirmou.

O deputado do PTB disse não acreditar num processo de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- Eu não tenho medo de impeachment. Já vivi isso no passado e as instituições continuaram consolidadas - disse ele, lembrando que 13 anos atrás foi um dos advogados do ex-presidente Fernando Collor de Mello em meio ao processo que o destituiu da presidência da República.

Ao mesmo tempo em que afaga o presidente, Jefferson também apedreja. O deputado disse não votaria e nem apoiaria Lula na próxima eleição. Segundo ele, embora seja honesto, o presidente não gosta de trabalhar.

- Não votaria nele na próxima eleição. Ele não gosta de trabalhar e delegou o seu governo ao José Dirceu. Ele gosta mesmo é de viajar de avião - disse.

Jefferson destacou ainda a proximidade do presidente com o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Usando de ironia, disse:

- Eu estava em uma reunião no Palácio do Planalto e, de repente, entra na sala de reunião e senta ao lado do Deus pai (Lula) o tesoureiro do PT - disse ele.

O deputado, que chegou a fazer piada sobre uma conversa entre Deus e o demônio, atacou reiterada vezes o ex-ministro José Dirceu, que tem sido o seu alvo preferencial desde o início da crise. Ainda na abertura do seminário, Jefferson criticou os que consideram financiamento de campanha como a única raiz da corrupção na política brasileira e tirou da manga a informação de que o deputado federal Jorge Bittar (PT-RJ), embora tenha declarado apenas R$ 200 mil em sua última campanha eleitoral, gastou, na verdade, R$ 3,8 milhões somente com propaganda na TV.

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