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 | Nelson Jr./ STF
| Foto: Nelson Jr./ STF

"A prática de crime de formação de quadrilha por pessoas que usam terno e gravata me traz um desassossego ainda maior."

"A prática nefasta de compra de parlamentares é crime para o qual não se há possibilidade de que seja cometido sem entendimento entre pessoas e grupos porque o dinheiro não nasce em árvores."

Joaquim Barbosa, presidente do STF

"A não ser que eles tenham acreditado piamente que Valério e o Rural haviam se transformado em Papai Noel e distribuído dinheiro nas praças de BH, RJ, SP e Brasília."

Joaquim Barbosa, ao garantir que os réus sabiam da origem ilícita do dinheiro

A principal voz que ecoou na política brasileira em 2012 não saiu dos corredores do Palácio do Planalto, das tribunas do Congresso Nacional, tampouco da campanha eleitoral nos municípios. Em um ano no qual os holofotes deixaram de lado os poderes Executivo e Legislativo e se voltaram para o Judiciário, um protagonista surgiu dos tribunais. Nas ruas e nas redes sociais, seu nome chega a ser citado como possível candidato à Presidência da República, tamanha a simpatia conquistada perante os brasileiros. Joaquim Barbosa, o filho de pedreiro que encarou figurões acusados de corrupção e terminou assumindo o comando da principal corte do país, pode ser apontado como a personalidade política do ano.

Os fortes posicionamentos de Barbosa já eram conhecidos dos colegas do Supremo Tribunal Federal (STF), com quem teve algumas rusgas e discussões mais exaltadas. Mas para a maioria dos brasileiros, que até então não faziam ideia de quem ele era, a notoriedade veio com o julgamento do mensalão, o maior da história política do país. Relator do processo que apurou a compra de votos no Congresso Nacional durante o governo Lula, o ministro não hesitou em pedir a condenação de 25 dos 38 réus relacionados. Entre eles, figuras renomadas como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da Câmara Federal João Paulo Cunha, ambos do PT.

A fama conquistada meses antes se transformou em consagração no mês de novembro, quando se tornou o primeiro negro a assumir a presidência do STF. Em seu discurso de posse, defendeu a independência do Judiciário e pregou que "a noção de justiça é indissociável da noção de igualdade". Antes disso, já havia marcado posição em questões importantes, como a aprovação da Lei da Ficha Limpa, a autorização de pesquisas com células-tronco e a da união entre pessoas do mesmo sexo.

Aos 56 anos, Joaquim Barbosa consolida uma carreira iniciada aos 16 anos, quando deixou o interior de Minas Gerais para tentar a vida sozinho em Brasília. Formou-se em Direito, fez pós-graduação na França e passou no concurso para procurador da República. O ingresso no STF ocorreu em 2003, indicado pelo ex-presidente Lula, de quem foi eleitor assumido e em cujo governo acusou graves denúncias de corrupção.

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