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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, decidiu sustentar a versão de que o Exército teria destruído os papéis sobre a morte de Virgílio Gomes da Silva, o Jonas, considerado o primeiro desaparecido político da ditadura militar. Em ofício enviado à Câmara dos Deputados, ele afirmou que os arquivos da Força não guardam registros sobre a morte do guerrilheiro após ser capturado pela Operação Bandeirante (Oban), em outubro de 1969. A manifestação do ministro, que nunca havia comentado o assunto, provocou protestos do grupo Tortura Nunca Mais.

Em agosto, o jornal O Globo revelou a existência de um dossiê secreto do Centro de Informações do Exército em que os militares assumem a responsabilidade pela morte do guerrilheiro. Após a publicação da reportagem, a Câmara aprovou requerimento do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) cobrando explicações oficiais do ministro da Defesa, que chefia as Forças Armadas.

Em sua resposta, enviada em caráter reservado, Jobim afirmou: "Não existem, no acervo atual do Exército Brasileiro, quaisquer documentos sobre os fatos, atos ou intenções reportados". O ministro disse ainda que não era possível, com base nos arquivos da Força, confirmar a autenticidade do dossiê reproduzido pelo Globo. A veracidade do documento já foi confirmada pelo Arquivo Nacional, guardião do acervo do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI).

Em outro trecho do ofício, Jobim afirmou que os papéis secretos sobre o período teriam sido queimados. E disse o mesmo sobre os termos de destruição: "Antes do Decreto 2.134/97, era possível destruir documentos sigilosos, pela autoridade que os elaborou ou pela que os custodiasse. E isso foi feito, bem como (com) eventuais termos de destruição".

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