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Em depoimento ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), o jornalista Luiz Carlos Barreto confirmou que administrou uma empresa de comunicação que teria o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o usineiro João Lyra como sócios ocultos. Segundo Barreto, o então dono do grupo "O Jornal", Nazário Pimentel, propôs o negócio a Renan e a Lyra. Após dois meses, o senador teria confirmado seu interesse na sociedade. Teria sido realizada então uma reunião entre Nazário e os dois futuros sócios para fixar os valores de pagamento. No entanto, de acordo com Tuma, Barreto não apresentou em seu depoimento nenhum documento comprovando o que disse.

Renan sempre negou que tivesse rádios. Mas o radialista França Moura disse nesta quinta que recebeu um convite do próprio senador para trabalhar na Rádio Correio.

- O senador Renan Calheiros me fez o convite, muito honroso por sinal, à época, disse que tinha um projeto e ia precisar do meu trabalho, perguntou se eu toparia e trabalhei lá três anos e um mês - disse o radialista.

A assessoria de Renan respondeu que a declaração de França Moura carece de credibilidade, porque o radialista é funcionário das empresas de João Lyra.

Na quinta, Tuma ouviu o depoimento de Lyra, que confirmou a sociedade mantida com o presidente do Senado, numa rádio e num jornal. Após ouvir o usineiro, o corregedor disse que é bastante delicada a situação do senador.

- Acho que fica uma situação bastante delicada para Renan. Ele (Lyra) falou com muita convicção, se preparou, levou advogado e uma pasta com documentos. Apresentou notas promissórias e recibos assinados por Tito Uchôa, que seria o representante de Renan na sociedade - adiantou Tuma.

Sobre a declaração do corregedor, Renan diz que é preciso conferir a autenticidade dos documentos apresentados pelo usineiro. O senador afirmou ainda que vai fornecer provas definitivas de que não teve sociedade com Lyra.

Primo de Renan aceita acareação com João Lyra

O ex-delegado regional do Trabalho Tito Uchôa enviou uma carta a Tuma, em que se dispõe a prestar depoimento sobre as denúncias de que foi "laranja" de Renan. Primo do senador, Uchôa afirma no texto que tomou conhecimento pela imprensa de que Tuma queria ouvi-lo "sobre as descabidas acusações feitas pelo senhor João Lyra envolvendo meu nome". Uchôa avisa que está disposto a comparecer "com enorme prazer" a uma acareação com Lyra no Conselho de Ética.

Tuma disse que, se puder comandar a investigação no conselho, vai defender a idéia de colocar o usineiro e primo de Renan frente a frente.

Entre os documentos apresentados por Lyra para tentar comprovar a sociedade com Renan, apenas um era assinado pelo presidente do Senado. Mesmo assim, se tratava de um ofício no qual Renan informava Lyra que já estava regularizada a situação de uma rádio - chamada Paraíso - adquirida pelo empresário de um pastor.

- Mas não considero que esse documento comprometa o senador Renan - admitiu Tuma.Laudo da PF deve confirmar renda para pensão

A tendência do laudo que está prestes a ser concluído pela Polícia Federal, no entanto, é ser favorável a Renan. Mesmo sem conseguir comprovar a venda de aproximadamente 500 bois, o documento conclui que Renan teve renda suficiente para repassar R$418,8 mil à jornalista Mônica Veloso a título de pensão alimentícia, de março de 2004 até hoje. O laudo informa que, com a apresentação de novos documentos, Renan comprovou a origem de vários depósitos, no valor total de R$230 mil, feitos em sua conta no Banco do Brasil no início de 2004.

Mesa do Senado encaminha terceira representação contra Renan

O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), segundo vice-presidente do Senado, preside reunião da mesa que autorizou o terceiro processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) - Roberto Stuckert Filho/O GloboA Mesa Diretora do Senado decidiu na manhã desta quinta-feira, por sete votos a zero, pelo encaminhamento da terceira representação contra Renan ao Conselho de Ética. O PSDB e o DEM, que protocolaram o pedido, querem que o conselho investigue se o presidente do Senado de fato utilizou "laranjas" para ocultar a propriedade de uma empresa de comunicação em Alagoas.

Durante o encontro da Mesa, o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, questionou o fato de os parlamentares do DEM e do PSDB terem votado durante a reunião. Segundo ele, os parlamentares deveriam ter se declarado impedidos, já que seus partidos são autores da representação contra Renan. No entanto, ao ser perguntado se o impedimento valeria para os senadores do PMDB, partido de Renan, o servidor do Senado foi embora sem responder.

Petista ajuda a recolher assinaturas para criar CPI da TVA

Também na quarta-feira, a liderança do PT na Câmara, para ajudar Renan, começou a coletar assinaturas para uma CPI para investigar a venda da TVA para a Telefônica e as circunstâncias em que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu autorização prévia para a transação comercial. Os deputados petistas eram procurados individualmente no plenário, à noite, por dois funcionários do gabinete do líder Luiz Sérgio (RJ), pedindo apoio à criação da CPI. Renan tem levantando suspeitas sobre a venda da TVA, pela Editora Abril, para a Telefônica.

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