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Catorze rapazes confundidos com marginais por policiais em Pernambuco foram obrigados a se jogar de uma ponte no Recife. Dois morreram. Os adolescentes contaram que foram vítimas de oito policiais militares na madrugada da terça-feira de carnaval. Eles teriam sido abordados a caminho do centro do Recife, por suspeita de participação em arrastões. Nenhuma arma foi encontrada. Mesmo assim, os 14 adolescentes foram levados até uma ponte, espancados e obrigados a pular em um rio.

- Ele testava dizendo: 'Corre se não vou atirar'. Eu só me salvei porque agarrei na ponte - contou um dos adolescentes envolvidos.

Os mortos são Zimael José de Souza, de 17 anos, e Diogo Rosendo Ferreira, de 15 anos.

- O meu, como não sabia nadar, ficou lá dentro da maré mesmo - disse a mãe de Diogo.

Os jovens foram enterrados hoje. No cemitério, muita revolta e pedidos de justiça. O pai de um dos adolescentes mortos também é policial militar.

- Meu filho era um menino direito, honesto e que estudava. Tenho certeza que o Comando Geral vai tomar atitude sobre isso - assegurou o pai Israel Ferreira da Silva, policial militar.

Os sobreviventes ainda têm marcas de espancamento nas costas e nos braços.

O comandante da Polícia Militar em Pernambuco, Coronel Cláudio Silva, não quis gravar entrevista sobre o assunto. Por meio da assessoria de comunicação, ele informou que condena a ação dos policiais e que a PM vai colaborar com as investigações da corregedoria de polícia.

Treze policiais que estavam de plantão naquele dia foram afastados.

- Eles vão responder criminalmente. Se ficar provada a participação efetiva deles, serão condenados a pena de prisão de acordo com a denúncia que o Ministério Público formular - afirmou José Luís de Oliveira Júnior, corregedor de polícia.

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