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Londrina – O juiz da 41.ª Zona Eleitoral de Londrina, Jurandyr Reis Júnior, negou acesso ao inquérito da Polícia Federal sobre suposto caixa 2 nas eleições municipais de 2004 à defesa da ex-assessora financeira do PT Soraya Garcia. Segundo Soraya, o PT gastou R$ 6,5 milhões e declarou despesas de apenas R$ 1,3 milhões na campanha.

O pedido foi feito para instruir a defesa em interpelação judicial feita pelo chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, e pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ambos citados pela ex-assessora em denúncias de irregularidades na campanha que reelegeu o petista Nedson Micheleti. Além de Bernardo e Carvalho, a ex-assessora citou o envolvimento do ex-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e do presidente estadual do PT, o deputado André Vargas.

Na queixa-crime contra Soraya, Carvalho alega que ela o difamou ao afirmar, em entrevistas e em depoimento à Polícia Federal, ter "ouvido falar" que sempre que havia alguma dificuldade financeira na campanha, o então presidente do PT local, Jacks Dias, e o ex-tesoureiro, Francisco Moreno, ligavam para Brasília para que Carvalho "resolvesse os problemas".

O ministro Paulo Bernardo interpelou Soraya para que ela explique as afirmações feitas à revista "Isto É", em setembro, quando declarou que o dinheiro da campanha de Nedson chegava a Londrina "em sacolas e sempre coincidia com a presença do então deputado na cidade".

Para responder às interpelações, o advogado da ex-assessora, Mauro Aguilera, tentou obter cópia do inquérito da PF. O juiz Reis Júnior negou o pedido sob a justificativa de que ele contém informações relativas a sigilo fiscal e bancário de pessoas e empresas acusadas, às quais Soraya, como testemunha, não poderia ter acesso. "Não conhecemos o que tem no inquérito, portanto, não temos como dizer onde estão as informações necessárias", afirma Aguilera.

Diante da negativa, no documento de defesa à interpelação de Carvalho o advogado pediu que o juiz da 3.ª Vara Criminal, José Marcos de Moura, requeira ao cartório eleitoral o acesso de Soraya aos documentos e depoimentos das investigações produzidas. "Sem as informações, a defesa dela fica prejudicada", diz o advogado da ex-assessora.

Mauro Aguilera afirma também que Soraya não tem nada a explicar sobre as denúncias porque apenas relatou à Polícia Federal aquilo que ouviu dizer sobre Gilberto Carvalho. "Não tem muito o que explicar, ela relatou exatamente o que está nos depoimentos e nas entrevistas: ouviu falar. Quando ela diz que viu ou fez algo junto com alguém ela diz: o fulano fez".

Na queixa-crime, o advogado de Carvalho, Omar Baddauy, sustenta que Soraya o difamou ao dizer que o chefe de gabinete "resolvia problemas" da campanha de Nedson. Quanto à interpelação do ministro Paulo Bernardo, o seu advogado afirma que não há dubiedade na acusação de Soraya e que, portanto, nada há a ser explicado.

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