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Em sua primeira noite num abrigo, sob responsabilidade da Justiça, o menino de 2 anos que era mantido amarrado junto com três cães na casa dos avós, em Ibiúna, a 70 km da capital, chamou pela mãe, pelo avô e pelos cães com quem convivia. A Justiça decidirá, na semana que vem, se a mãe do garoto Simone Nunes de Oliveira, de 19 anos, que tem outra filha, de 3 anos, tem condições de ficar com a guarda dele. Caso ela perca a guarda, parentes terão prioridade na adoção. A mãe estaria à procura de um advogado para pedir a restituição da guarda. Um tio paterno contatou o Conselho Tutelar, mas não disse se quer adotá-lo.

- À noite, ele chamava pela mãe e pelo avô. Falava que queria ‘o au-au do vô’ - diz Milena Silva Shutkov, coordenadora da Casa da Criança, entidade para onde o menino foi levado e está com outras cinco crianças, em Ibiúna.

O garoto foi deixado pela mãe com os avós, os lavradores aposentados José Nunes de Oliveira, de 64, e Maria Pires Moraes, 55. Lá, ficava amarrado com uma corda pelo capuz do agasalho em um quintal, junto da pit bull Sara e dos vira-latas, com um colchão para poder se deitar. O avó está preso por tortura.

Segundo Milena Shutkov, o menino chegou ao abrigo assustado e chorando muito. Ele se alimentou pouco - apenas um iogurte até a tarde de ontem - e não brincou muito com as outras crianças. Ficou a maior parte do tempo no colo de Milena.

- Os cachorros são mansos e o menino gosta deles. O avô ficava trabalhando do lado de onde o menino ficava. Amarrava ele porque não queria que caísse no lago - diz a avó Maria, que mostrou o outro neto, Alan Oliveira, de 5, brincando com a pit bull. Segundo ela, Jobson morava na casa havia um ano. Ela e familiares dizem entender que o garoto tenha sido levado para o abrigo, mas estão desesperados com a prisão do aposentado.

- Não queria o mal dele. Não pensei que isso daria um caso de polícia. Eu soltava ele para comer duas ou três vezes por dia - disse o avô.

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