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A palavra falada é um poderoso instrumento utilizado pelos profissionais do direito. Todos os dias no exercício de seu mister, esses profissionais estão se expressando verbalmente. É o profissional do direito um profissional da palavra. A arte de falar em público, de se comunicar com as pessoas, de persuadir, de convencer, pode ser desenvolvida por qualquer profissional.

No entanto, existe uma profissão que precisa dela com muito maior razão. São os advogados, públicos e privados, função essencial à Justiça, conforme preconiza a nossa Constituição Federal de 1988. Esses profissionais trabalham com o poder da palavra, a arte da persuasão, cotidianamente. O exercício da Advocacia, seja ela consultiva ou contenciosa, vai exigir desse profissional do direito, uma preparação na arte de falar em público.

Na advocacia consultiva, por exemplo, o advogado precisa saber conduzir uma reunião, precisa saber como se expressar diante de seus clientes, demonstrando segurança e credibilidade. Na advocacia contenciosa, o advogado precisa enfrentar, por exemplo, o Tribunal do Júri ou uma sustentação oral nos tribunais, e tantas outras situações que aparecem no decorrer de sua vida profissional, como uma palestra.

Deste modo, é fácil perceber que não basta ao advogado ter apenas o conhecimento jurídico sobre um tema, seja de Direito de Família, de Direito Penal, de Direito Tributário, etc. Apenas deter o conhecimento não é suficiente para que haja o convencimento da outra parte ou do magistrado. É preciso mais, muito mais. É preciso que advogado saiba expressar verbalmente este conteúdo, para defender a sua tese, convencer e persuadir a audiência. Percebe-se, então, que a expressão desse conhecimento é tão importante quanto o próprio conhecimento jurídico, em si, se não for mais.

O grande pulo do gato é o equilíbrio entre o conhecimento técnico do direito e a sua forma de expressão verbal. Saber falar, expressar esse conteúdo é o grande diferencial. Importante ressaltar que esta operação comunicacional, a arte de falar bem, pode ser desenvolvida e aperfeiçoada por todos os advogados. Diferente dos poetas que nascem prontos, os bons oradores podem ser formados. Saber colocar as ideias de forma concatenada, com entusiasmo, magnetismo e persuasão é fundamental para essa valiosa profissão. Quem se expressa bem em público se torna referência, cria novas oportunidades, ganha novos mercados, influência pessoas, lidera.

Há, sem dúvida, no mercado muitos advogados que têm conteúdo, sabem o direito, mas, infelizmente, não conseguem transmitir a contento esse conhecimento. Não sabem como passar verbalmente esse conteúdo. A oratória tem justamente esse papel de permitir que os advogados possam se aperfeiçoar também na expressão verbal de seu conhecimento. O próprio Estatuto da OAB já anuncia o quão importante é o uso da palavra para os advogados, ao preconizar em seu artigo 7º, inciso X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas; inciso XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; e inciso XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo.

A comunicação faz parte do nosso cotidiano profissional e como dizia o saudoso apresentador: “quem não se comunica se trumbica”. Comunicar é conectar. Quem se conecta vai mais longe e faz muito mais. A oratória jurídica potencializa as habilidades de comunicação verbal do advogado. Não há advogado sem comunicação verbal.

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