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Cachoeira (à esq. dentro do carro) deixou a penitenciária em que estava preso por volta das 19 horas | Ricardo Rafael/O Popular/Folhapress
Cachoeira (à esq. dentro do carro) deixou a penitenciária em que estava preso por volta das 19 horas| Foto: Ricardo Rafael/O Popular/Folhapress

Congresso

Partidos não chegam a acordo e relatório da CPI fica para depois

A CPI do Cachoeira adiou, mais uma vez, a votação do relatório final do deputado Odair Cunha (PT-MG). A próxima tentativa será na terça-feira que vem, já na última semana de trabalho do Congresso antes do início do recesso parlamentar. Na sessão de ontem, seis parlamentares apresentaram suas discordâncias em votos em separado, ficando nítida a disputa política entre os partidos. Enquanto o PT insiste no pedido de indiciamento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), os tucanos querem investigar o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff, o deputado José de Filippi (PT-SP).

O PSol sugere em seu relatório que sejam indiciados os governadores do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Já o PPS também expande as investigações para outros governadores e também para o ex-tesoureiro de Dilma. O DEM, por sua vez, diz que é necessário verificar a suposta influência do ex-deputado José Dirceu na ampliação dos negócios da Delta, empreiteira ligada a Cachoeira. O senador Fernando Collor (PTB-ALvoltou a pedir a investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o indiciamento do jornalista Policarpo Júnior, diretor da revista Veja. Já o deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) surpreendeu a todos ao apresentar um texto em que não indicia ninguém. Alegou que poderia estar sendo injusto.

Interatividade

Carlinhos Cachoeira deveria ter o direito de responder aos processos em liberdade?

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O Tribunal Regional Fede­­­ral da 1.ª Região (TRF-1) concedeu ontem liberdade ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A decisão foi proferida pelo desembargador Tourinho Neto. A 11.ª Vara Federal em Goiás – onde corre o processo referente à Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que levou à prisão de Cachoeira no início deste ano – já foi comunicada sobre a decisão. O bicheiro foi liberado da cadeia por volta das 18h50 de ontem.

Cachoeira havia sido levado para o complexo prisional em Aparecida de Goiânia, e estava no núcleo de segurança máxima da prisão. No dia 7, o bicheiro foi condenado a 39 anos, oito meses e dez dias de prisão por formação de quadrilha, corrupção ativa, violação de dados sigilosos, advocacia administrativa e peculato. Foi isso que o que o levou de volta à prisão, após 17 dias de liberdade.

Antes disso, Cachoeira já havia passado 266 dias na cadeia em função das irregularidades reveladas pela Polícia Federal. A operação policial mostrou que Cachoeira mantinha um esquema de influência política baseado em sua atividade de empresário no jogo ilegal.

O caso levou a uma série de consequências no mundo político, causando inclusive a cassação do senador Demóstenes Torres, de Goiás, que não conseguiu explicar as suas ligações com o empresário, comprovadas por gravações feitas durante as investigações. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) também foi criada no Congresso Nacional para apurar os fatos levantados, e agora está em fase de conclusão.

Antes de ser preso, Cachoeira estava de casamento marcado com sua namorada, Andressa Mendonça. A festa estava marcada para o próximo dia 22.

Sentença

A sentença com a condenação de Cachoeira e mais sete réus e o mandado de prisão preventiva foram assinados pelo juiz federal Alderico Rocha Santos, da Justiça Federal em Goiás.No dia seguinte, o bicheiro foi transferido da carceragem da Polícia Federal em Goiânia para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. O advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões, afirmou na ocasião que pretendia pedir a revogação da prisão do cliente ao TRF-1.

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