Laranja de Alberto Youssef no laboratório Labogen, Leonardo Meirelles reforçou a ligação de políticos do PSDB com o esquema investigado na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF). Em depoimento prestado nesta segunda-feira (21) para a Justiça Federal, em Curitiba, ele diz que Youssef tinha contato com o ex-presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, e também com outro tucano descrito como "padrinho político do passado" e "conterrâneo" de Youssef que é de Londrina, no Norte do Paraná.
No depoimento, Meirelles diz que presenciou uma ligação telefônica entre Youssef e Guerra. "Em uma das ocasiões eu estava na sala (de Youssef), teve um contato telefônico do Alberto Youssef do qual surgiu o nome (Sérgio Guerra). Faltava um ajuste, alguém estava não reclamando, estava atribuindo alguma coisa que não estava acontecendo, que não estava caminhando em virtude do que tinha uma coisa do passado que estava parado. Aí surgiu o nome (Guerra)" (sic), relatou.
A menção ao segundo tucano aparece quando Meirelles é questionado se Youssef trabalhava para outros partidos além de PT, PMDB e PP apontados nas investigações como os maiores beneficiados do esquema. "Sim, acredito eu que o PSDB e, eventualmente, algum padrinho político do passado e provável conterrâneo da região do senhor Alberto (Youssef)", declarou.
O nome de Guerra, falecido em março deste ano, apareceu pela primeira vez em delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo ele, Guerra teria recebido R$ 10 milhões para esvaziar a CPI da Petrobras que se formava em 2009. Segundo o delator, o dinheiro foi efetivamente pago em 2010 pela construtora Queiroz Galvão - contratada da Petrobras - para um emissário do grupo. Tanto a empresa como o PSDB negam o esquema.
Ao Estadão Conteúdo, o advogado de Youssef, Antonio Figueiredo Basto, repudiou as afirmações e disse que Meirelles vai ter que provar o que diz em relação ao suposto elo do doleiro com o PSDB. O partido nega as acusações.



