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Deputado André Vargas (PT), autor da emenda e um dos idealizadores da PEC que prevê a criação de quatro Tribunais Regionais Federais | Renato Araújo/Ag. Câmara
Deputado André Vargas (PT), autor da emenda e um dos idealizadores da PEC que prevê a criação de quatro Tribunais Regionais Federais| Foto: Renato Araújo/Ag. Câmara

Depois de seis meses de discussão e com os prazos estourados, a Comissão Mista de Orçamento aprovou ontem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014, com uma emenda que pode ampliar os gastos do Poder Judiciário com a criação de tribunais, cargos e reajustes salariais. Os parlamentares aprovaram um destaque que enfraquece o poder do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ou do Conselho Nacional do Ministério Público na análise de pedidos do Judiciário sobre aumento de gastos com pessoal.

A emenda sobre o Judiciário é de autoria do deputado paranaense André Vargas (PT) e foi aprovada sem problemas. Atualmente, os pedidos do Judiciário passam pelo crivo do CNJ antes de serem enviados ao Legislativo. Segundo técnicos da Comissão Mista de Orçamento, isso pode facilitar o encaminhamento de pedidos por reajustes, criação de cargos e de varas ou tribunais, que sempre devem ser aprovados pelo Legislativo.

Na justificativa, André Vargas diz que os Conselhos não têm prazo para proferir os pareceres e que os poderes devem enviar ao Congresso os projetos de reajustes até 31 de agosto de cada ano. Apenas esse destaque, dos 1.082 apresentados, foi aprovado sem reação dos parlamentares.

André Vargas foi um dos idealizadores da PEC 73/13, que prevê a criação de quatro novos Tribunais Regionais Federais (TRFs), incluindo um no Paraná. A PEC está "sub judice", pois há uma liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, suspendendo a criação dos tribunais. O relator da LDO, deputado Danilo Forte (PMDB-CE), não havia aceitado a emenda do petista.

"Como relator, não acatei esta emenda, porque exatamente indicava uma fragilidade, podia causar desequilíbrios entre as regras para servidores dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Mas a maioria aprovou. A interpretação técnica é que isso, sem passar pelos conselhos, facilitaria a aprovação, depois, dos projetos. Na verdade, é uma briga dentro do Poder Judiciário sobre quem define. Mas o plenário do Congresso pode suprir ou o governo vetar [esse destaque]", disse Danilo Forte.

Orçamento impositivo

Para o governo, o importante na votação foi que o relator adaptou o projeto à PEC do Orçamento Impositivo, já garantindo na LDO seus efeitos para 2014. Essa PEC obriga a União a executar emendas individuais de parlamentares no valor equivalente a 1,2% da receita corrente líquida, cerca de R$ 7,8 bilhões a valores de hoje. Desse total de 1,2%, metade (ou 0,6%) terá de ser aplicada em ações na área da saúde.

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