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O governador de São Paulo, Claudio Lembo, afirmou neste domingo que não recebeu qualquer ajuda do governo federal para a área de segurança pública. Ele ainda defendeu o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Abreu Filho, que em entrevista ao jornal "Estado de S. Paulo", afirmou que nenhum dos pedidos feito ao Ministério da Justiça foi atendido.

- Ele (Saulo) não disse nada que não esteja nos limites da atuação dele e é o que todos pensamos. Não recebemos absolutamente nada de Brasília e nem espero receber. Eu sou muito cético quanto ao discurso e a realidade. Há um vácuo entre o discurso e a realidade - afirmou o governador.

Na entrevista, Abreu Filho afirma que pediu tropas do exército, 200 homens da Força Nacional de Segurança, o empréstimo de equipamentos da Polícia Federal e o repasse de R$ 740 milhões, para projetos como interligação do banco de dados de criminosos. Segundo o secretário, as tropas iriam vigiar áreas dominadas pelo tráfico de drogas e as muralhas de presídios, liberando policiais para patrulhamento. De acordo com Abreu Filho, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos recebeu o papel com pedidos e ficou quieto.

- A entrevista do Saulo tem a sua personalidade, o seu estilo. O meu é mais calmo mais tranqüilo. Ele deixou bastante claro o nosso desagrado quanto ao uso político de uma questão tão grave como é segurança pública - disse Lembo.

O governador disse ainda que se receber ajuda do governo federal vai agradecer publicamente.

- Nós, os governadores de todos os estados, estamos cobrando essas verbas todas de R$ 700 milhões do sistema penitenciário e eles não transferiram. Fazer o que? São Paulo é bastante competente em realizar e aceitar seus próprios desafios. Vamos restaurar nossos presídios e, se eles mandarem o dinheiro, vamos aceitar. Vou dizer publicamente "muito obrigado, recebi os valores" - afirmou Lembo.

O Ministério da Justiça evitou polemizar as declarações do secretário de segurança paulista. A assessoria do Ministério informou que as negociações com São Paulo estão no ritmo normal e não vai politizar a discussão. De acordo com o Ministério, o atraso no repasse de verbas se deve a mudanças no critério na liberação dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública, que prejudicou os estados mais populosos. O Ministério informou ainda que vai financiar as obras nos presídios de Franca e Serra Azul, no interior do estado.

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