Ao falar para os investigadores do Gaeco de Curitiba sobre quem seriam os beneficiários do esquema de corrupção, Vanessa menciona o nome de “Abib Richa”.| Foto: Gilberto Abelha/Jornal de Londrina

Acusado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina de ser o líder político do grande esquema de corrupção na Receita Estadual, revelado pela Operação Publicano, o empresário Luiz Abi Antoun agora é citado também na Operação Quadro Negro, que trata de desvio de recursos públicos a partir de contratos da Valor Construtora com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), para construção e reforma de escolas estaduais.

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O nome de Abi, parente distante do governador Beto Richa (PSDB) e considerado pelo Gaeco como uma espécie de “eminência parda” do governo tucano, aparece no depoimento de Vanessa Domingues de Oliveira, que trabalhava na Valor Construtora e figura legalmente como proprietária da empresa, embora seja apenas uma laranja do verdadeiro dono, Eduardo Lopes de Souza.

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Ao falar para os investigadores do Gaeco de Curitiba sobre quem seriam os beneficiários do esquema de corrupção, Vanessa menciona o nome de “Abib Richa”. “Foi para o Maurício Fanini, para o Pepe Richa, para o Abib Richa, tudo parente do Richa”, disse ela. Questionados pela reportagem, os advogados de Vanessa, Alexssandra Saldanha e Haroldo Nater, confirmaram que, ao dizer “Abib Richa”, ela se referia, na verdade, a Luiz Abi Antoun.

Nesta quinta-feira (14), a reportagem não conseguiu contato com o advogado de Abi, Roberto Brzezinski. Já o promotor de Justiça Felipe Lamarão de Paula Soares, um dos investigadores da Operação Quadro Negro no Gaeco de Curitiba, disse que, pelo depoimento, não é possível ter certeza de que se trata de Luiz Abi Antoun. “Foi uma declaração frágil. Tanto que ele [Abi] não está entre os 15 denunciados”, afirmou Soares.

Ao contrário do irmão do governador, Pepe Richa, que é secretário de Estado e tem foro privilegiado no Tribunal de Justiça do Paraná, Abi não tem foro especial e, por isso, pode ser investigado pelo próprio Gaeco de Curitiba.

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