Liminar afasta prefeito de Castro acusado de improbidade administrativa

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O prefeito da cidade de Castro, região dos Campos Gerais do Paraná, foi afastado liminarmente do cargo nesta terça-feira (24) por improbidade administrativa. Moacyr Elias Fadel Junior é acusado de ter recebido R$ 19 mil de propina de uma empresa de transporte coletivo para aumentar a tarifa e deixar de cobrar o valor correto do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Fadel Junior também é acusado de ter oferecido, por intermédio do primo, um carro e R$ 30 mil para um funcionário da empresa de transporte mudar seu depoimento. O funcionário foi quem entregou o dinheiro da propina ao prefeito e a ação foi filmada. De acordo com o Ministério Público, o gestor queria que a testemunha dissesse que estava fazendo um empréstimo ao prefeito, o que contrariava a primeira versão do depoimento.

A ação civil pública foi movida pelo Ministério Público e ajuizada no final de 2011. Na liminar, a juíza Luciana Benassi Gomes declara que há fortes indícios de que o prefeito tenha tentado dar dinheiro à testemunha. "É indício forte de que o prefeito municipal de Castro, por interposta pessoa (seu primo Jack Fadel), oferece dinheiro para que a testemunha, que fez as denúncias que acabaram por deflagrar o Inquérito Civil que instrui esta ação de improbidade, altere as suas declarações prévias, assinando uma nota promissória que ´provaria` que o dinheiro que Moacyr Elias Fadel Junior aparece recebendo das mãos de Adolfo, no vídeo juntado aos autos e divulgado amplamente pela imprensa, se trata de empréstimo e não de propina".

A decisão liminar vale a partir da publicação, que deve ser feita na próxima quinta-feira.

Nepotismo

O prefeito Moacyr Elias Fadel Junior também é acusado de nepotismo. Em dezembro de 2011, a Promotoria de Justiça de Castro protocolou uma ação civil pública contra o prefeito. Segundo a ação, a Prefeitura de Castro possui, em seu quadro funcional, nove servidores comissionados que são parentes de autoridades do município. Desses funcionários, um é irmão do prefeito, outro é irmão do vice-prefeito e os demais são irmão, cônjuge, cunhado ou filho de quatro vereadores da cidade.