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A discussão que ganhou o Congresso Nacional na última semana, introduzindo a chamada lista flexível entre as possibilidades da reforma política, encontra respaldo entre os deputados estaduais. Segundo os analistas consultados, isso ocorre porque a mistura entre um sistema de lista ordenada e de voto nominal agrada aos políticos eleitos.

A lista flexível, utilizada na Bélgica, permite a valorização do partido, com a opção por uma ideologia ou conjunto de propostas sem desprezar os integrantes de legenda, que agregam valor por suas trajetórias políticas. Assim, se esse sistema for aprovado, o eleitor poderá votar num partido e também em um candidato específico.

Para o professor de Ciência Política da UFPR, Ricardo Costa de Oliveira, os políticos que já conseguiram assento na vida pública não abrem mão do voto nominal, porque fazem campanhas personalizadas. O professor de ciência política da faculdade de Direito da UFPR, Fabrício de Limas Tomio, atenta para a possibilidade dos deputados sequer entenderem o que é o sistema de listas, mesmo sendo uma situação de interesse particular explícito. Sobre o receio da mudança, ele reforça que essa posição é razoável, tendo em vista que os deputados foram eleitos por um modelo que conhecem e dominam.

A impessoalidade das listas também não agrada já que aqueles que se garantem pela imagem que já têm, independente de partido, temem ser excluídos, pois estariam sujeitos a decisões de lideranças partidárias. "É muito difícil para quem teve sucesso sendo eleito por um determinado sistema mudar. Diferente da posição na Câmara Federal, onde os dirigentes partidários sabem que vão estar bem no novo sistema", destaca.

A postura individualista também se reflete em argumentos daqueles que são contrários ao financiamento público de campanha. Para Oliveira, geralmente quem é contra é porque já tem uma estrutura própria ou de aliados que garanta a eleição. A destinação de recursos para garantir eqüidade eleitoral seria um primeiro passo para diminuir o uso de dinheiro não contabilizado na campanha. Mas o financiamento depende da implantação das listas, para que sejam definidos os destinatários dos recursos. (KB)

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