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A locadora de veículos JN Rent a Car, do ex-vice-prefeito de Londrina Assad Jannani, seria um elo entre a atuação do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), e os Correios. Segundo reportagem da revista IstoÉ, a PF detectou que a JN fez transações financeiras com a MO Consultoria, empresa do doleiro Youssef que seria utilizada para lavar dinheiro.

Entre 2005 e 2013, a locadora ganhou R$ 77,5 milhões em contratos com os Correios. O empresário Hermes Magnus, uma das testemunhas ouvidas pela Polícia Federal, teria confirmado à revista IstoÉ que a JN era usada "para lavar dinheiro".

Segundo a revista, o faturamento da locadora passou de R$ 1,4 milhão, em 2005, para R$ 20 milhões em 2009. A ligação com Alberto Youssef seria comprovada, por exemplo, com a compensação de um cheque de R$ 204 mil da MO em 9 de janeiro de 2009.

Magnus disse à revista IstoÉ que se aproximou do ex-deputado federal José Janene, irmão de Assad, quando buscava um investidor para sua empresa, a Dunel Indústria e Comércio. Janene, um dos réus no processo do mensalão, morreu em setembro de 2010.

Outro lado

Assad disse que a JN foi criada em maio de 2005, época em que ele estava brigado com Janene, e que os contratos com os Correios foram obtidos antes de reatar as relações com o irmão, em 2006. "Foram pouco mais de 40 contratos, com cerca de R$ 80 milhões de faturamento bruto. Todos foram obtidos por licitações na modalidade de pregão eletrônico, na qual não há a menor possibilidade de qualquer tipo de conluio ou superfaturamento", disse Assad. Segundo ele, tanto Janene quanto Youssef alugaram carros na JN.

Em relação ao cheque da MO Consultoria, identificado na quebra de sigilo bancário, disse que foi referente à locação de veículos. "Foi um depósito por vias regulares, nada escuso. Não tivemos nenhum negócio diretamente com a MO, mas alugamos diversos carros no tempo em que o meu irmão era vivo e que atendemos, a pedido dele, algumas locações para políticos", declarou Assad. Além dos Correios, a locadora manteve contratos com o Banco do Brasil e com a Furnas Centrais Elétricas.

Após a abertura das investigações que resultaram na Operação Lava Jato, a empresa "sofreu uma devassa", segundo Assad, de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Receita Federal. "Todos os contratos nossos com os Correios passaram por um pente fino, auditoria do TCU."

Filiado ao PDT, Jannani foi vice-prefeito na gestão do hoje deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (1993-1996). Em 2000, disputou a eleição como candidato a vice-prefeito de Barbosa Neto (PDT), mas foi derrotado.

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