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Uma lotação com pelo menos seis pessoas está soterrada no canteiro de obras do Metrô que desmoronou na tarde desta sexta-feira. Segundo o Corpo de Bombeiros, estavam no veículo passageiros, motorista e cobrador. A van pertence a cooperativa Transcooper. Os bombeiros ainda estudam como chegar ao veículo, que pode estar a mais de 20 metros de profundidade. Dados do equipamento de GPS instalado no veículo confirmam que ele passava pelo local que desabou no momento do acidente.

Quatro pessoas ficaram feridas com o desabamento do canteiro de obras. Um operário que estava desaparecido foi encontrado. Ele não estava sob os escombros, segundo as primeiras informações. O desabamento ocorreu por volta das 15h na Avenida Nações Unidas, altura do número 7.000, em Pinheiros, na zona oeste da cidade. A cratera aberta chega a 100 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade. Ali fica a estação Pinheiros da linha 4, que está em construção. Uma área de três quilômetros ao redor da cratera teve de ser isolada.

Um microônibus que estava desaparecido foi encontrado. Havia suspeita de que o veículo também tivesse sido engolido.

Viaturas do Corpo de Bombeiros estão no local e cães farejadores ajudam no resgate das possíveis vítimas. Cerca de cinco veículos pesados que trabalhavam nas obras foram engolidos pela terra. Um guindaste de 50 metros de altura ainda corre o risco de cair. Este é o quinto acidente na linha 4 do Metrô.

As primeiras informações dão conta que o acidente foi causado por um bloco de concreto, que estava sendo transportado pelo guindaste. O bloco teria se soltado e causado o desmoronamento. Moradores de casas vizinhas foram desocupadas porque há risco de desabamento. Eles estão sendo encaminhados para hotéis, com diárias pagas pela construtora responsável pela obra. Prédios da região estão sendo evacuados. No Edifício Passarelli, localizado a alguns metros do local, o estacionamento corre o risco de desabar. O fornecimento de energia está cortado em diversas ruas do local.

O acidente

O acidente aconteceu por volta de 15h, quando havia 20 funcionários trabalhando na obra. Três deles tiveram ferimentos leves. Segundo os bombeiros, os operários perceberam que havia risco de desabamento e evacuaram o local rapidamente. Segundo funcionários que trabalham na obra, o chão começou a trincar e o alarme de emergência foi acionado meia hora antes do desmoronamento. O fornecimento de energia foi cortado, mas já está parcialmente restabelecido. Por enquanto, não há indícios de que houve vazamento de gás.

A pista local da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, foi interditada pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) logo após a Ponte Eusébio Matoso por causa do desabamento. Os motoristas devem evitar a região. Várias ruas ao redor do acidente estão bloqueadas. Técnicos da CET e da Prefeitura estão no local.

O desmoronamento aconteceu onde dois túneis da linha 4 do Metrô se encontraram em dezembro. Com o encontro desses túneis, o Metrô havia concluído a interligação de 1.600 metros de escavação entre a futura estação Butantã, na Avenida Vital Brasil, e o poço de obras Ferreira de Araújo, que fica na Rua Ferreira de Araújo.

Buraco engoliu caminhões e veículos

O local possibilitava o trânsito de operários e máquinas de uma margem à outra do Rio Pinheiros, sem interferências na parte externa. Moradores reclamam que as casas ao redor já apresentavam rachaduras provocadas por explosões para abrir o túnel.

As escavações nesse trecho foram feitas a partir do corpo da estação Pinheiros, que possui 14,5 metros de diâmetro, bem maior que o túnel de vias do trem, com 9 metros. O método de escavação utilizado foi o New Austrian Tunneling Method (NATM) ou "túnel de mineração", com o uso de explosivos. As obras tinham 27 frentes de trabalho.

No local, também estavam sendo realizadas as escavações dos túneis de interligação com a estação Pinheiros da CPTM. Até dezembro, as escavações da estação Pinheiros da Linha 4 tinham produzido 41.500 metros cúbicos de terra e pedra, o correspondente a 4.150 caminhões-basculantes.

A obra da Linha 4 está orçada em US$ 1,2 bilhão. A operação comercial da primeira etapa, a chamada de "linha da integração", tem previsão inicial para dezembro de 2008, com uma frota de 14 trens (de 6 carros cada um). Nessa etapa, a linha vai operar os 12,8 quilômetros de vias subterrâneas e as seis estações prioritárias: Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz, que farão integração física e tarifária com as quatro linhas do Metrô (linhas 1, 2 e 3, respectivamente, nas estações Luz, Paulista e República) e ligação indireta com a Linha 5 (Capão Redondo - Largo Treze), através da Linha "C" da CPTM, na estação Pinheiros (e acesso posterior na estação Santo Amaro).

A estação Butantã terá terminal de ônibus urbano para receber as linhas intermunicipais da região sudoeste da Metrópole, além das linhas da Cidade Universitária da USP. Já a estação Faria Lima será fundamental para a revitalização urbana da área dos largos da Batata e Pinheiros. A demanda prevista nesta primeira etapa de operação da Linha 4 é de 704 mil passageiros por dia. Quando estiver totalmente concluída, em 2012, a Linha 4 passará a operar outras cinco estações (Vila Sônia, São Paulo/Morumbi, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Mackenzie/Higienópolis), com acréscimo de mais 15 trens em sua frota, e deverá transportar diariamente 970 mil pessoas.

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