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Entenda o caso

1° de janeiro – O então secretário de Obras Públicas, Luiz Caron, recebe uma reprimenda pública do governador Roberto Requião (PMDB), por causa da construção de divisórias no Palácio das Araucárias.

7 de janeiro – O filho do secretário, Guilherme Richter Caron, publica na Gazeta do Povo uma carta em repúdio à atitude do governador.

9 de janeiro – Caron conversa com o governador Roberto Requião e decide ficar no governo.

12 de fevereiro - Caron é substituído na Secretaria de Obras por Marcelo Almeida. O ex-secretário assume cargo especialmente criado para ele.

1.º de junho – Guilherme publica nova carta contra o governo. Luiz Caron pede demissão do cargo de assessor especial do governo.

O secretário especial de governo Luiz Caron pediu demissão ontem do cargo ao governador Roberto Requião (PMDB). Ele alega ter se surpreendido pela carta de seu filho Guilherme Richter Caron, encaminhada ao empresário Paulo Pimentel e publicada ontem no jornal O Estado do Paraná. Na carta, o filho do secretário lamenta que o pai não tenha saído do governo no dia da posse do atual mandato de Requião, em 1.° de janeiro deste ano, quando levou uma "bronca" pública do governador. De acordo com Luiz Caron, o governador respeitou a decisão e aceitou a saída dele.

É a segunda crítica pública a Requião feita por Guilherme Caron. Em 7 de janeiro, por carta publicada na Gazeta do Povo, Guilherme Caron explicita a decepção com o governador pelo episódio do dia da posse. Na solenidade, Requião foi ríspido com Caron dizendo que a obra do novo prédio do governo, agora Palácio das Araucárias, estava com divisórias desnecessárias, parecendo "buracos de coelho". Caron foi o responsável pela obra.

Segundo o secretário demissionário, a carta de ontem o deixou em uma situação constrangedora. "O constrangimento de hoje não é possível suportar. Abandono os planos que alimentei até ontem, os sonhos de coordenar a construção do Centro Judiciário de Curitiba, a necessária e urgente reforma do Palácio Iguaçu e outros tantos", afirmou Caron, em correspondência endereçada a Requião e publicada ontem na página de internet da Agência Estadual de Notícias.

Na carta publicada ontem, Guilherme Caron disse que sofreu ameaças, sem ser explícito. Ainda diz que "depois de ter trabalhado quatro anos dentro de um governo com tantos indícios de corrupção, minha decepção foi tamanha a ponto de mudar até meu estilo de vida". Guilherme afirma na carta que o desejo dele é de candidatar-se ao Senado para atrapalhar uma eventual candidatura de Requião. "O que eu quero fazer é livrar o estado do Requião e sua família. Quero que Requião responda por todos os processos que ele tem sem a proteção que um mandato lhe proporciona nessas ações", afirmou.

Depois da primeira carta, publicada na Gazeta do Povo, políticos próximos de Luiz Caron disseram que ele sairia do governo, mas permaneceu. Embora tenha sido substituído na Secretaria de Obras por Marcelo Almeida, foi chamado por Requião a ocupar um cargo de secretário especial de governo, com o objetivo de cuidar das reformas do Palácio Iguaçu e do Centro Judiciário de Curitiba.

A respeito das declarações do filho, Caron atribuiu-as a "ímpetos da juventude" . "O senhor haverá de comprender o conflito entre o pai e o profissional, entre o íntimo de meus sentimentos e a interface pública de um Secretário Especial", diz Luiz Caron, na carta endereçada a Requião.

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