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Em reunião, na terça-feira, de noite, com o senadores do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar disposto a substituir o ministro da Defesa, Waldir Pires, como parte da solução para a crise do setor aéreo. Mas o presidente quer encontrar uma forma de mudar a pasta sem desmoralizar o atual ministro.

Segundo a colunista Tereza Cruvinel, dois deputados têm negociado e atuado como bombeiros junto aos controladores: José Genuíno (PT) e Aldo Rebelo (PCdoB). Os dois seriam cotados para assumir a vaga de Waldir Pires. No entanto, segundo a colunista, ambos têm problemas políticos que os impedem de assumir o cargo. O mais contado então, seria o ex-ministro Nelson Jobim.

Na verdade, o presidente não está satisfeito com a atuação de Pires. Na sexta-feira, algumas horas antes de ser decretada a greve, que vinha sendo anunciada o dia inteiro, Waldir Pires deixou Brasília. Na terça-feira, ele também chegou a dizer que não foi informado do motim . No entanto, foi desmentido pelo Ministro Jorge Félix, do Gabinete de Segurança, que diz ter informado todo governo no momento em que foi decidida a paralisação.

Em parte, o presidente já afastou Waldir Pires das negociações com os controladores. Também na terça-feira, o presidente tirou o ministro da Defesa da gestão da crise e a entregou nas mãos do brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica.

Lula reuniu-se com a bancada petista num jantar oferecido na residência do senador Eduardo Suplicy (SP), em Brasília. Aos colegas, o presidente teria afirmado que, para "concluir a reforma ministerial", precisa "construir uma saída digna" ao ministro da Defesa, criticado dentro e fora do governo por má gestão na crise aérea.

- O problema dos controladores não pode ser debitado exclusivamente na conta do Waldir - afirmou o presidente, segundo o relato de dois senadores presentes ao jantar. - Ele é um homem de 80 anos, com importantes serviços prestados ao país - teria completado.

Valorização das Forças Armadas

Lula antecipou aos senadores de seu partido que pretende convocar nos próximos 20 dias o Conselho de Defesa Nacional para discutir um plano de valorização das Forças Armadas.

Órgão consultivo, o conselho é composto pelo vice-presidente da República, os presidentes da Câmara e do Senado, e os ministros Justiça, Relações Exteriores, Fazenda e Planejamento, além dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica.

O CDN atua, sobretudo, nos assuntos relacionados à soberania nacional e à defesa do estado democrático. A disposição de Lula é elaborar uma espécie de "PAC das Forças Armadas", com elevação das taxas de investimento no Exército, na Marinha e na Aeronáutica.

Segundo fontes disseram à Reuters, o presidente avaliou que não há saída para a crise no setor de aviação sem o fortalecimento da Força Aérea Brasileira (FAB).

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