Exatas 24 horas depois de anunciar para uma plateia de políticos ministros e governadores que não adotará o estilo "Lulinha paz e amor" nas eleições presidenciais deste ano, como fez em 2002, e de apresentar a nova versão "capoeirista", afirmando que "vale chutar do peito para cima", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva arrependeu-se.
Foi essa a síntese do recado que o próprio Lula fez chegar ontem à cúpula do PSDB, por intermédio do governador tucano de Minas Gerais, Aécio Neves. O presidente pediu a Aécio que transmitisse à direção partidária e ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), seu interesse na condução de uma campanha "de alto nível", que não venha a descambar para os ataques pessoais.
Lula agiu rápido para acalmar o PSDB. Aproveitou a presença do governador mineiro em Brasília na noite de quarta-feira, na solenidade em que o próprio presidente anunciou investimentos nos Estados que sediarão os jogos da Copa de 2014, e o chamou, discretamente, para uma conversa reservada no Palácio da Alvorada.
"Tranquilize a direção do PSDB. Faremos tudo para que seja uma campanha de alto nível", disse o presidente ao governador, de acordo com um dirigente tucano a quem Aécio relatou o encontro. "São dois candidatos do mais alto nível", prosseguiu Lula, para arrematar: "Seja com Dilma, seja com Serra, o País estará bem."
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