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Em discurso na cerimônia de posse de três novos ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enalteceu nesta sexta-feira os números da economia, disse que seu governo "foi massacrado" pouco antes das eleições e reafirmou a disposição de fazer um governo de coalizão, para mostrar que é possível fazer política com "P maiúsculo". Ao falar do governo de coalizão, Lula disse também que, se não fosse para acomodar os partidos que o apóiam, nem precisaria mexer no Ministério.

Durante a cerimônia, que começou pouco depois das 10h20, assumiram suas pastas Reinhold Stephanes (PMDB-PR), como ministro da Agricultura, Marta Suplicy (PT), no Turismo, e Walfrido dos Mares Guia (PTB), nas Relações Institucionais. A posse de Marta foi prestigiada pela família da ex-prefeita de São Paulo. Estavam presentes o marido, Luiz Favre, os filhos, Supla e João e a nora Maria Paula. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ex-marido de Marta, não foi. Na cerimônia de transmissão do cargo, mais tarde, no Ministério do Turismo, Marta prometeu combate ao turismo sexual.

O presidente disse aos novos ministros que não terão vida fácil:

- Saibam que estarei no pé de vocês cobrando para que façam cada vez mais e melhor.

Lula afirmou que o país vive um momento econômico sólido, de maior envergadura a que o país já viveu. Por isso, segundo ele, se dependesse apenas dos números, ele não precisava mudar ministros.

- Quando ganhei a eleição, disse que o time tinha ganho o jogo e não precisava trocar os jogadores. Entretanto, começamos a estabelecer uma nova dinâmica na política nacional na perspectiva de construir a coalizão política, que é possível fazer política com "P" maiúsculo no país, pensando nos próximos 20 anos e não apenas no próximos quatro anos - declarou.

Lula não poupou elogios a seu novo articulador político, Mares Guia, e enumerou várias justificativas para o tratamento especial que dá ao petebista. Ao justificar por que não indicou um petista para o cargo, Lula disse que a escolha se baseou numa característica própria de Mares Guia: gostar de políticos.

- Ele gosta tanto que chega a tomar café com deputado. Ele almoça com deputado e ainda se dá ao luxo de jantar com deputado, e, se vacilar, ele faz a sobremesa com senadores - discursou Lula, provocando risos na platéia de convidados.

Marta Suplicy, que assume o Turismo, também foi homenageada pelo presidente. Segundo ele, a ex-prefeita de São Paulo foi vítima de preconceito.

- Alguém que foi prefeita de SP pode ter qualquer cargo no mundo. A Marta foi vítima de preconceito. E foi traidora de classe, porque resolveu fazer uma política para os pobres que jamais foi feita naquela cidade - afirmou.

Ao dirigir-se a Stephanes, Lula disse que não levou em conta o passado político do parlamentar, ex-membro da Arena.

- Não faço política olhando o que as pessoas foram ontem, mas o que serão amanhã.

Após a posse, Stephanes prometeu 'muito diálogo' nas com o setor agropecuário , além dos parlamentares.

O presidente disse que não iria mais fazer comparação com governos anteriores, mas afirmou que "nunca houve na história do país qualquer momento que chegasse perto do que seu governo conseguiu fazer".

- Por isso, muita gente ficou atônita porque, depois do massacre que recebemos, as pesquisas mostraram que íamos ganhar as eleições - discursou.

Miguel Jorge e Franklin Martins também farão parte da equipe

Nesta quinta-feira, o executivo Miguel Jorge, de 61 anos, do grupo Santander Banespa, foi convidado por Lula e aceitou assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio substituindo o empresário Luiz Fernando Furlan. O futuro ministro tem uma antiga relação com Lula desde o tempo em que o presidente militava no movimento sindical, e sua indicação vem sendo bem recebida pelas entidades do mercado.

Outro nome que teve sua participação no governo Lula confirmada foi o do jornalista Franklin Martins, que aceitou o convite para ser o encarregado da área de comunicação social do governo . Lula planeja unificar as áreas de imprensa, publicidade e comunicação do governo em uma nova secretaria com status ministerial.

Secretaria dos Portos pode afastar PR

Na reta final das negociações da reforma ministerial, o presidente Lula está tirando o sono de pelo menos dois aliados que já foram convidados para compor sua equipe, mas ainda não foram chamados para tomar posse : O senador Alfredo Nascimento (PR-AM), cotado para assumir a pasta dos Transportes, e Carlos Lupi, presidente do PDT, que deve comandar a Previdência Social. Os dois aguardam ansiosamente um contato do Palácio do Planalto para acertar suas vidas.

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