Lula: presidente diz que balanço é uma fotografia para saber o que ainda precisa ser feito| Foto: Wilson Dias/ABr

O presidente Lula registrou ontem em cartório um balanço formal de seus oito anos de governo afirmando que "fez o que os outros não fizeram" pelo país. O documento, de 2,2 mil páginas, foi entregue no Palácio do Planalto ao paranaense Rogério Bacellar, presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR), na presença de diversos ex-ministros, incluindo o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, que saiu do governo em 2005, depois do escândalo do mensalão.Lula afirmou que muita gente fica incomodada com o seu famoso bordão "nunca antes na história deste país". "Muita gente fica incomodada, [dizem que] ‘Lula está descobrindo o Brasil...’. Não estou descobrindo. Estou apenas fazendo o que os outros não fizeram", afirmou o presidente.

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De acordo com a Presidência, todos os ministros e ex-ministros foram convidados para o balanço final da gestão Lula. Cerca de 800 autoridades receberam convite para o evento, que teve forte tom de despedida. Lula, contudo, ressalvou: "Isso não é um ato de despedida, é um ato de trabalho. Vamos nos despedir depois".

A presidente eleita, Dilma Rousseff, foi mais aplaudida que o próprio presidente Lula no evento. Lula desceu a rampa que leva ao salão do Palácio do Planalto ao lado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e Dilma chegou ao lado da primeira-dama, Marisa Letícia.

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Obras inacabadas

Entre as obras registradas no balanço, há algumas que não estão terminadas, como as fer­­­rovias Norte-Sul e Trans­­nordes­­­tina e as hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio. Outras obras que constam do documento nem mesmo começaram a ser feitas.

Uma delas, a Hidrelétrica de Belo Monte, deverá iniciar as obras em março, segundo o próprio presidente, ou em abril, de acordo com a Eletronorte. No governo Lula foi concedida a li­­­cença prévia para a usina que aguardava o documento havia vinte anos.

Outra obra registrada como feito do atual governo – o Trem-Bala que vai ligar o Rio de Janeiro a São Paulo e Campinas – não teve ainda nem o leilão. A pedido dos próprios empresários – e com poucos candidatos a disputar a licitação – o pregão do empreendimento foi adiado para abril.

"Esta prestação de contas é menos para engrandecer o que nós fizemos e mais dar uma fotografia à sociedade brasileira, para que ela, vendo o que foi feito, perceba também o que não foi feito e o que precisa ser feito", disse o presidente durante a cerimônia.

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