Brasília (Folhapress) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ontem uma defesa do deputado federal cassado José Dirceu (PT-SP) ao afirmar que levaria ao palanque seu ex-ministro-chefe da Casa Civil. Lula repetiu que não existem provas contra Dirceu e mais uma vez atacou a tese do mensalão.

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Em entrevista a quatro emissoras nacionais de rádio, o presidente rotulou de "abominável" a prática de caixa 2 adotada pelo PT em recentes campanhas eleitorais e pela primeira vez classificou a prática como "crime".

"Primeiro, houve um crime eleitoral de caixa 2, já provado na CPI, ninguém nega isso e há, inclusive, quem assumiu a responsabilidade por esse crime eleitoral", numa referência indireta ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.

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O presidente comparou seu desconhecimento prévio de tal prática a um pai de família pego de surpresa com o uso de drogas de um filho.

Sobre o partido que ajudou a fundar 25 anos atrás, o presidente disse que o PT precisa aprender a "apanhar" e deve ser cobrado pela sociedade para, algum dia, voltar a ser uma "referência ética" na política nacional.

Por uma hora e meia, o presidente respondeu a perguntas de jornalistas das redes Bandeirantes, Bandnews, CBN e Jovem Pan. Ao ser questionado se sabia dos esquemas irregulares do PT, o presidente fechou o semblante e deu um soco na mesa. Negou mais uma vez. Nos intervalos, evitou brincadeiras com os entrevistadores, dando preferência à revisão dos números que lhe eram fornecidos por assessores.

"O José Dirceu sofreu uma acusação; o acusador foi cassado porque não provou as acusações; e o José Dirceu foi cassado porque jogou-se em cima do José Dirceu a responsabilidade", afirmou o presidente, que, a seguir, foi questionado se convidaria Dirceu para o seu palanque.

"Eu levaria o José Dirceu para o palanque, até porque ele foi cassado e não foi provado nada contra ele. Ele é um cidadão que perdeu o mandato de parlamentar dele, mas até agora eu não vi nenhuma acusação que possa dizer: ‘O José Dirceu cometeu um delito’. Vamos esperar, então, que se prove se houve delito."

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