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Eleição 2008 divide base aliada de Lula

Apesar dos apelos por união do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os partidos que compõem a ampla base governista devem ocupar palanques opostos nas eleições do ano que vem. Nas capitais e nos principais centros, a ordem entre os aliados é lançar candidaturas próprias e se fortalecer para 2010, ano da primeira eleição para a presidência sem Lula desde 1989. Leia matéria completa

Debate sobre terceiro mandato de Lula está nas ruas

Uma reportagem publicada nesta sexta-feira na edição online do jornal espanhol El País afirma que a discussão sobre um possível terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já "está nas ruas".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a possibilidade de terceiro mandato de "insensatez" e disse vai cobrar do PT uma posição contrária à proposta, que no seu entender só interessa à oposição.

"Acho que é insensato qualquer pessoa ficar discutindo a possibilidade de um terceiro mandato. Acho que o PT tem que tomar uma decisão sobre essa proposta levantada dentro do Congresso. Não tem sentido. Só interessa discutir eleição agora à oposição", disse Lula a jornalistas após participar da entrega de prêmio sobre aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Lula afirmou que vai conversar com o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), ainda nesta segunda-feira, assim como já conversou com o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), se posicionando contra a tramitação da proposta, idealizada por deputados de partidos aliados.

"O governo está com menos de um ano de seu segundo mandato. O Brasil está funcionando bem, por que deveríamos arrumar sarna para nos coçar discutindo reeleição?", questionou o presidente.

Ele afirmou que seu objetivo é terminar o segundo mandato com tranquilidade e impedir que outras questões atrapalhem o bom momento que o país vive.

"Nesse momento, o Brasil não está precisando discutir 2010, 2014, 2020. O Brasil precisa fazer tudo aquilo que já nos comprometemos com o povo e que está no PAC. Fora disso, acho que é insensatez pura, falta de sensibilidade política", criticou.

Chávez

Perguntado sobre a reforma constitucional que o presidente Hugo Chávez está promovendo na Venezuela, que permitiria a reeleição indefinida para presidente, Lula respondeu que cada país deve cuidar de sua política e questionou comportamentos diferentes quando se trata de continuidade no poder.

"É engraçado porque já vi a Margareth Thatcher ser tantas vezes primeira-ministra, já vi o Helmut Kohl ficar tantos anos no poder e nunca vi ninguém perguntar se era ruim vários mandatos sucessivos."

Mas evitou se estender no assunto e disse que só poderia falar pelo Brasil, reiterando sua posição contrária a um terceiro mandato.

"Penso que o Brasil não pode brincar com uma coisa chamada democracia. Demoramos muito, muita gente sofreu para que a gente consolidasse a nossa democracia. Ela está se fortalecendo", disse Lula. "Eu era contra a reeleição de um mandato, por que seria a favor da reeleição de um outro mandato?".

CPMF

Lula afirmou que o governo está trabalhando para construir a maioria que aprove a prorrogação da CPMF até 2011 e que os ministros Guido Mantega (Fazenda), Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais) e Paulo Bernardo (Planejamento) estão conversando diretamente com os líderes dos partidos oposicionistas no Senado.

"Estou convencido de que a responsabilidade dos senadores vai fazer com que a CPMF seja aprovada, até porque já foi feito um acordo e a questão da saúde vai levar uma boa parte do dinheiro."

Para Lula, a negociação para a aprovação da CPMF é legítima e não envolve favores políticos.

"Não se trata de concessões. Já conversamos com todos os partidos da base, agora com o PSDB. Na medida em que puder ser feito algum ajuste para que possamos atender a uma demanda que possa significar algum benefício para uma parcela da sociedade, vamos ver se é possível encaminhar", disse Lula, acrescentando que a prioridade agora é a agenda da Comissão de Constituição e Justiça, que examina a proposta, e a votação da CPMF.

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