O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-ministro da Educação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta terça-feira em São Paulo que todas as pesquisas eleitorais estão trabalhando com "nomes hipotéticos", incluindo o seu. Segundo ele, Lula ainda não definiu se tentará a reeleição e o ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB, tem sido acusado por parte do próprio partido e abre "guarda para o Serra". Cristovam disse que Lula e Alckmin são iguais.

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- O que nós temos que explorar é que nós temos dois candidatos iguais e que a gente nem sabe se são eles. Porque o Lula, se essa crise continuar, ninguém sabe se ele vai ser candidato. E se o Alckmin continuar como tem sido acusado por parte do próprio PSDB, está abrindo guarda para o Serra. O Garotinho ninguém sabe se vai ser ou não candidato. Então, acho que todas essas pesquisas estão trabalhando com nomes hipotéticos, inclusive o meu porque não sei ainda se sou candidato - disse o senador.

Comentando o índice que alcançou (1,7%) na pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira, o ex-ministro da Educação foi otimista:

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- Subi 70% da última para cá sem nem ser candidato.

Embora ainda não tenha definido quem é o seu candidato, o PDT deverá escolher o nome na primeira quinzena de maio. Ontem em São Paulo, pelos dois pedetistas já se colocaram à disposição do partido: o próprio Cristovam e o ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa, que se desincompatibilizou para disputar as eleições. O ex-ministro é objetivo na sua intenção de ser o candidato a presidente da República:

- Se o meu partido quiser, sem dúvida alguma. É um momento em que a gente vive que é até antipatriótico você se recusar a isso.

Menos enfático, Lessa também se coloca na disputa interna, que será decidida pelos 450 membros do diretório nacional, prefeitos, deputados e vereadores do PDT.

- Não há essa concorrência. Sinto-me representado por qualquer um desses companheiros que sejam escolhidos. Agora, pela experiência que já tive em três mandatos, um como prefeito e dois como governador, acho que posso contribuir também com o país - disse Lessa.

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Para o ex-governador alagoano, o PDT deve ter candidatura própria para ser uma alternativa ao bipartidarismo representado por PT e PSDB.

- Não podemos ficar nesse forte dilema do bipartidarismo, do PT e PSDB, que na verdade apresenta a mesma política econômica. Não há diferença. Repare que a elite econômica do país está satisfeita com um ou outro. E há, inclusive, uma indução para que se fique nessa polarização. Uma falso dilema onde nós precisamos mostrar alternativas a tudo isso. O PT se colocou como alternativa e na prática não conseguiu efetivar essa alternativa.