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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente venezuelano Hugo Chávez confirmaram, num encontro nesta quinta-feira no Palácio do Planalto, os planos de construir o gasoduto do Sul, para ligar a Venezuela à Argentina, passando pelo Brasil e por outros países da América do Sul.

"Foi uma reunião de grandes resultados. Colocamos de novo na agenda do gasoduto do Sul", afirmou o presidente Chávez ao fim do encontro. O presidente Lula não falou com a imprensa.

Chávez disse que esses assuntos de integração – que sempre estiveram na pauta das relações entre os dois países – ficaram em segundo plano durante as campanhas eleitorais dos dois presidentes, e puderam ser retomados agora.

A idéia do gasoduto foi lançada no fim do ano passado, mas havia dúvidas sobre sua viabilidade. O projeto tem custo estimado em US$ 20 bilhões e seria financiado por Brasil, Venezuela e Argentina.

Obras

De acordo com o presidente Chávez, o primeiro trecho a ser construído será a ligação entre a faixa petrolífera do Orinoco, na Venezuela, ao Nordeste do Brasil, passando por Manaus.

"Para o Brasil e para a Venezuela este trecho é prioritário agora", afirmou Chávez. "Sabemos que há deficiências, fragilidades, na área energética no Nordeste do Brasil", disse Chávez.

Ele não soube responder, no entanto, se as obras poderiam começar já no próximo ano. Disse que uma comissão foi formada para estudar os detalhes técnicos e custos do projeto e fazer um relatório até janeiro.

Chávez disse que também vai conversar sobre o restante do gasoduto com os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Uruguai, Tabaré Vasquez.

De Brasília, Chávez seguiu nesta quinta-feira à tarde para Buenos Aires e amanhã vai para Montevidéu.

Na sexta-feira ele participa, junto com Lula, Kirchner, Vasquez e outros presidentes da região, da reunião de cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações (Casa), em Cochabamba, na Bolívia.

Chávez veio a Brasília acompanhado de vários ministros, na primeira viagem para o exterior depois de sua reeleição, no domingo.

O traçado descrito por Chávez ligando a Venezuela a Fortaleza é apenas uma parte do gasoduto. A outra ramificação iria em direção a Brasília e Rio de Janeiro, de onde seguiria para Argentina e Uruguai.

A idéia é também fazer uma conexão com o gasoduto Brasil-Bolívia, de onde vem mais da metade do gás consumido hoje no Brasil.

União

Chávez considerou o encontro com Lula "excelente, uma das melhores reuniões que já tivemos".

"Hoje reativamos com muito mais força a vontade de integração entre Brasil e Venezuela e a relação entre toda a América do Sul", afirmou o presidente venezuelano.

"Estamos dispostos a nos unir cada vez. Só unidos seremos livres e só livres poderemos voar e formar na América do Sul um eixo de poder mundial", disse Chávez.

Além de reafirmar a intenção de construir o gasoduto, os dois governos confirmaram o projeto de uma refinaria em Pernambuco, para refinar petróleo venezuelano, mais pesado.

O investimento, estimado em US$ 2,8 bilhões, será feito em conjunto pela Petrobras e pela PDVSA, a estatatal venezuelana. As duas empresas assinaram um acordo prorrogando o prazo para o início do investimento.

Petrobras e PDVSA também estão juntas na exploração de petróleo na Faixa Petrolífera do Orinoco, região que concentra um dos maiores volumes de reservas petrolíferas do mundo.

A PDVSA também encomendou a uma empresa brasileira a construção de quatro navios petroleiros.

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