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São Paulo (das agências) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT estariam sendo vítimas de chantagem do empresário Marcos Valério, acusado de ser o principal operador do mensalão, segundo reportagem publicada pela revista Veja na edição que chegou ontem às bancas. "Vocês vão se ferrar. Avisa ao barbudo que tenho bala contra ele", disse Valério, segundo a revista, ao ex-presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

Segundo a reportagem, o ameaça teria sido feita durante telefonema, na manhã do dia 9 de julho, ao deputado. Além do presidente Lula, Valério disse ao petista ter munição contra dois dos novos ministros do governo: Saraiva Felipe, da Saúde, e Hélio Costa, das Comunicações. Os dois integrantes do PMDB mineiro, segundo Valério, teriam lavado dinheiro de campanha por meio de suas empresas. Os ministros negam.

Para ficar com a boca fechada, Valério teria exigido, segundo a revista, não ser preso, além de querer intermediar a liquidação do Banco Econômico. De acordo com a reportagem, Valério acredita que como corretor da operação conseguiria uma comissão de cerca de R$ 200 milhões "para assegurar o seu futuro e o de sua família".

Preocupado com telefonema, João Paulo avisou outros dois acusados de envolvimento no suposto esquema de pagamento de mesadas a deputados: o deputado José Dirceu (PT-SP), ex-ministro da Casa Civil, e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. "O cara tá louco, vai explodir tudo", teria afirmado João Paulo.

A reportagem afirma que por meio de José Dirceu a informação sobre a chantagem teria chegado ao Palácio dos Planalto. Tomaram conhecimento do teor do telefonema o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos e o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

Thomaz Bastos, teria conversado duas vezes com o amigo e também advogado Arnaldo Malheiros, contratado para defender Delúbio Soares. Segundo Veja, dessas conversas teria surgido a nova linha de defesa do ex-tesoureiro e do empresário à CPI: de crime eleitoral, pelo qual Marcos Valério, a pedido de Delúbio, teria emprestado R$ 39 milhões junto aos bancos Rural e BMG para financiar as campanhas do PT e de partidos aliados. A versão de crime eleitoral teria sido escolhida por, em tese, não envolver corrupção ou pagamento do mensalão.

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