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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retoma formalmente nesta quinta-feira a negociação com os partidos para a composição do Ministério do segundo mandato, que deve ser anunciado na primeira semana de março. O presidente tem encontro marcado com os dirigentes do PCdoB e do PSB , que vai reivindicar a manutenção dos ministérios da Integração Nacional, que iria para o PMDB, e da Ciência e Tecnologia na cota do partido.

- Vamos ouvir o que o presidente tem a nos dizer e até agora ele não nos indicou que vamos perder espaço. Não vamos nos assustar com rugidos - disse o presidente do PSB, ex-ministro Roberto Amaral.

O encontro formal com o PT está previsto para o início da próxima semana, mas Lula e a cúpula petista vêm se entendendo em sigilo desde a comemoração dos 27 anos do PT, realizado há duas semanas, em Salvador. O presidente já estaria cogitando o nome de Marta Suplicy para o Ministério das Cidades . O posto, hoje ocupado pelo PP, é o principal objetivo tanto do PT como da ex-prefeita, desde que tiveram início as conversas de Lula com os partidos sobre a composição do ministério do segundo mandato.

Nessas conversas, o PT manifestou a Lula o receio de perder espaço em relação ao ministério atual. O presidente, por outro lado, deixou claro que não estava satisfeito com as imposições públicas feitas pelo partido. Desde então, mudou o comportamento do PT. Na última reunião da comissão política do partido o presidente da sigla, Ricardo Berzoini, limitou-se a dizer que o PT apresentaria suas sugestões, mas que a decisão final sobre como e onde aproveitá-las caberia exclusivamente a Lula. Berzoini disse ainda que o PT não reivindicava o espaço de outros partidos.

Nas conversas reservadas, o tom é outro. O PT avalia que perdeu ministérios-fim (com verbas para executar obras), não quer perder mais espaço e avaliza o nome de Marta Suplicy para o Ministério das Cidades. Lula, segundo uma ala do PT, não gostaria de chamar Marta para o governo, pois não conviveria bem com a idéia de um ministro forte e potencial candidato à sua sucessão fazendo " sombra " na Esplanada dos Ministérios, o que interlocutores do presidente da República no Palácio do Planalto negam com veemência.

Por meio de amigos comuns, Lula fez chegar a Marta que ela seria ministra, no segundo mandato, desde que se dispusesse a ficar quatro anos. Havia a expectativa de que Marta recusasse a condição, por ser eventual candidata à Prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2008. Marta, no entanto, concordou com a exigência. Lula, contrariado ou não, ficou sem ter como deixar de convidar a ex-prefeita. Faltava definir a Pasta. De início falou-se em Educação, que já está na cota do PT.

O problema para Lula, agora, é como desalojar o PP. Semana passada, os dirigentes do partido saíram de uma conversa com Lula convencidos de que Márcio Fortes continuaria no comando. O problema está na diferença entre as duas bancadas eleitas: o PT elegeu 83 deputados, enquanto o PP, pouco mais de 40. Uma das hipóteses é o PP levar a Agricultura, um pouco menor que Cidades, mas também uma Pasta forte.

PMDB manterá três ministérios e ganhará mais um

Além dos partidos que já estavam no governo (PT, parte do PMDB, PSB, PCdoB, PP, PL, que agora é PR, PTB e PV), Lula terá de incorporar no primeiro escalão o PDT e a ala do PMDB ligada ao presidente do partido, Michel Temer (SP). Na última semana, Lula informou a Temer que o PMDB vai manter os Ministérios de Minas e Energia, Comunicações e Saúde e vai ganhar mais um, para ser indicado pela bancada do partido na Câmara.

Os aliados de Temer queriam o Ministério dos Transportes, mas Lula decidiu devolver a pasta ao ex-ministro Alfredo Nascimento, eleito senador pelo PR. Por isso, o PMDB passou a contar com a indicação do deputado Geddel Vieira Lima (BA) na Integração Nacional, de perfil semelhante a Transportes.

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