Lula e Dilma: preocupação com a campanha de reeleição no ano que vem| Foto: Roberto Stuckert Filho/PR/Arquivo

Rumo a 2014

Prioridade do PT nos estados é eleger governador de SP

Agência Estado

O PT começou a montar a estratégia, considerada prioritária pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tentar tirar o PSDB do Palácio dos Bandeirantes na eleição de 2014. A direção do partido debate internamente dois caminhos: fazer uma aliança com outro partido e tirar a cabeça de chapa do PT ou lançar um ministro da presidente Dilma Rousseff como candidato a governador de São Paulo.

As duas estratégias foram debatidas há dez dias em reunião com Lula, em São Paulo. Voltaram à pauta na segunda-feira em almoço em Brasília do qual participaram integrantes do partido.

O PT discute a possibilidade de apoiar o PMDB em São Paulo, num movimento em que lançaria o vice-presidente Michel Temer como candidato a governador.

Outra saída pode ser lançar candidato um ministro petista de Dilma. Aí entram o veterano em disputas Aloizio Mercadante (Educação) e o novato em eleições Guido Mantega (Fazenda), além de Alexandre Padilha (Saúde).

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Não é só da articulação política do governo Dilma Rousseff que o ex-presidente Lula resolveu cuidar. Ele já chamou quatro ministros da cota do PT recentemente para fazer o acompanhamento de programas e políticas federais, além de cobrar o cumprimento de metas e dar orientações. A preocupação de Lula, ele justifica, é com a reeleição de Dilma em 2014. A avaliação do ex-presidente é que o governo está patinando na gestão. O sinal amarelo acendeu com o baixo crescimento da economia no ano passado.

O ex-presidente tem alertado que 2013 definirá as eleições de 2014 e que, se o governo patinar, Dilma não vai ter o que mostrar na campanha de reeleição. Seu temor é que ela chegue fraca na disputa eleitoral. Lula tem dito nessas conversas que falta no governo uma "Dilma da Dilma", ou seja, uma pessoa que cuide da gestão e a libere mais para fazer política. Ele também tem cobrado que ela viaje mais.

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Dilma e Lula tiveram uma dura conversa em Paris no início de dezembro. A presidente estava na capital francesa em missão oficial, e o ex-presidente, participando de um fórum organizado por seu instituto. Neste encontro, Lula expôs seu ponto de vista para a presidente. E os dois se encontraram novamente em São Paulo no último dia 25.

Lula já chamou para conversar os ministros Guido Mantega (Fazenda), Alexandre Padilha (Saúde), Ideli Salvatti (Relações Ins­­titucionais) e Gleisi Hof­­fmann (Casa Civil). Ele ainda pretende procurar Miriam Belchior (Planejamento), principal responsável pela gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Lula também tem recebido muitos prefeitos do PT e encampou, por exemplo, o pedido deles para que o governo federal permita que médicos formados em outros países possam exercer a profissão no Brasil, onde faltam profissionais, principalmente no interior e na periferia das grandes cidades. A proposta encontra forte resistência nas corporações médicas e nas universidades brasileiras.

"Que governo é esse que tem coragem de enfrentar o setor energético, reduzindo a conta de luz, e não tem coragem de enfrentar as corporações dos médicos?", disse Lula a um prefeito petista.

Em reunião no último dia 21 com diretores do Instituto Lula, o ex-presidente afirmou que vai se empenhar a partir de fevereiro na articulação política da base de apoio da presidente Dilma.

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Sua principal tarefa seria a manutenção do PSB na aliança. Quer conversar com o presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE) na tentativa de dissuadi-lo de disputar a Presidência em 2014.

Ao mesmo tempo em que trabalha para viabilizar essa candidatura em 2014, conversando com empresários e tentando nacionalizar seu nome, Campos tem evitado falar abertamente sobre suas pretensões eleitorais. Isso porque o PSB continua no governo — ocupa dois ministérios — e tem dito que ainda é muito cedo para esse tipo de discussão.