O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, saiu otimista da reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto. Segundo ele, o presidente garantiu que a legenda continuará a integrar o governo no segundo mandato, mas não informou em quais pastas, somente reafirmou que gostaria muito de ter de volta Ciro Gomes na Integração Nacional.

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Campos disse também que Lula deu sinais de que concluirá a reforma ministerial somente na segunda quinzena de março, após a convenção do PMDB, entre os dias 8 e 11 de março, quando o partido escolherá o novo presidente.

- O presidente tem uma agenda de viagens e vai fazer uma segunda rodada de conversações com os partidos - disse o governador de Pernambuco.

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Eduardo Campos disse que o PSB não pediu nenhum ministério, embora tenha lembrado que, atualmente, a legenda ocupa as pastas de Integração Nacional e Ciências e Tecnologia.

- Nós vamos voltar a conversar com ele. Nosso desejo é manter e ampliar nossa participação, mas vai depender do presidente - declarou Eduardo Campos.

O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, também afirmou que o grupo falou para Lula sobre a formação do bloco PSB-PCdoB-PDT na Câmara.

- Ele entendeu que o bloco é uma iniciativa importante e não é contra o PT - disse Amaral, que declarou que Lula enfatizou a importância da unidade na base.

Encontro marcado

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Lula tem ainda nesta quinta encontro marcado com os dirigentes do PCdoB. Já o encontro formal com o PT está previsto para o início da próxima semana, mas Lula e a cúpula petista vêm se entendendo em sigilo desde a comemoração dos 27 anos do PT, realizado há duas semanas, em Salvador. O presidente já estaria cogitando o nome de Marta Suplicy para o Ministério das Cidades. O posto, hoje ocupado pelo PP, é o principal objetivo tanto do PT como da ex-prefeita, desde que tiveram início as conversas de Lula com os partidos sobre a composição do ministério do segundo mandato.

Nessas conversas, o PT manifestou a Lula o receio de perder espaço em relação ao ministério atual. O presidente, por outro lado, deixou claro que não estava satisfeito com as imposições públicas feitas pelo partido. Desde então, mudou o comportamento do PT. Na última reunião da comissão política do partido o presidente da sigla, Ricardo Berzoini, limitou-se a dizer que o PT apresentaria suas sugestões, mas que a decisão final sobre como e onde aproveitá-las caberia exclusivamente a Lula. Berzoini disse ainda que o PT não reivindicava o espaço de outros partidos.

Nas conversas reservadas, o tom é outro. O PT avalia que perdeu ministérios-fim (com verbas para executar obras), não quer perder mais espaço e avaliza o nome de Marta Suplicy para o Ministério das Cidades. Lula, segundo uma ala do PT, não gostaria de chamar Marta para o governo, pois não conviveria bem com a idéia de um ministro forte e potencial candidato à sua sucessão fazendo " sombra " na Esplanada dos Ministérios, o que interlocutores do presidente da República no Palácio do Planalto negam com veemência.

Por meio de amigos comuns, Lula fez chegar a Marta que ela seria ministra, no segundo mandato, desde que se dispusesse a ficar quatro anos. Havia a expectativa de que Marta recusasse a condição, por ser eventual candidata à Prefeitura de São Paulo, nas eleições de 2008. Marta, no entanto, concordou com a exigência. Lula, contrariado ou não, ficou sem ter como deixar de convidar a ex-prefeita. Faltava definir a pasta. De início falou-se em Educação, que já está na cota do PT.

O problema para Lula, agora, é como desalojar o PP. Semana passada, os dirigentes do partido saíram de uma conversa com Lula convencidos de que Márcio Fortes continuaria no comando. O problema está na diferença entre as duas bancadas eleitas: o PT elegeu 83 deputados, enquanto o PP, pouco mais de 40. Uma das hipóteses é o PP levar a Agricultura, um pouco menor que Cidades, mas também uma Pasta forte.PMDB manterá três ministérios e ganhará mais um

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Além dos partidos que já estavam no governo (PT, parte do PMDB, PSB, PCdoB, PP, PL, que agora é PR, PTB e PV), Lula terá de incorporar no primeiro escalão o PDT e a ala do PMDB ligada ao presidente do partido, Michel Temer (SP). Na última semana, Lula informou a Temer que o PMDB vai manter os Ministérios de Minas e Energia, Comunicações e Saúde e vai ganhar mais um, para ser indicado pela bancada do partido na Câmara.

Os aliados de Temer queriam o Ministério dos Transportes, mas Lula decidiu devolver a pasta ao ex-ministro Alfredo Nascimento, eleito senador pelo PR. Por isso, o PMDB passou a contar com a indicação do deputado Geddel Vieira Lima (BA) na Integração Nacional, de perfil semelhante a Transportes.

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