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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu hoje que a greve de fome do bispo de Barra (BA), Luiz Flávio Cappio, levou o governo a um impasse quanto ao projeto de transposição do rio São Francisco. Lula, no entanto, disse estar disposto a negociar com o bispo e recorreu a uma passagem bíblica para exemplificar a disposição.

- No São Francisco estamos com um problema. Não tenho muito o que fazer. Nem começamos as obras e o frei mandou uma carta para mim e entrou em greve de fome. Mas tenho uma paciência de Jó - disse Lula.

O presidente lembrou que 12 milhões de famílias serão beneficiadas pelo projeto, que retirará apenas 1% da água do rio e, em compensação, garantirá 0,25% do orçamento da União para obras de revitalização.

O presidente também lembrou que já fez greve de fome, quando era líder dos metalúrgicos do ABC, mas foi demovido da idéia justamente por um religioso, arcebispo de São Paulo, dom Cláudio Hummes, que na época era bispo de Santo André.

- Greve de fome é judiar do próprio corpo - disse o presidente.

Lula disse que enviou emissários para tentar negociar com o bispo e ainda espera por um acordo.

- Se depender da minha vontade de dialogar, não vou medir esforços para negociar com o frei - afirmou.

Enquanto falava sobre o São Francisco, no 5º Congresso dos Metalúrgicos da CUT, na sede do sindicato que presidiu, em São Bernardo, agora à noite, Lula foi interrompido por um sindicalista de Souza (PB), que trazia uma faixa dizendo "Presidente Lula, nada, nada mudará. Conte com a Paraíba que a Paraíba conta com você. Precisamos da água do rio São Francisco".

À tarde, depois de almoçar no escritório da presidência em São Paulo, Lula passou por outro protesto contra a transposição, organizado por cerca de 20 estudantes ligados ao PSTU.

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