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PMDB

Vice será escolha de Dilma, diz o petista

Agência Estado

Brasília - Pouco depois de dizer que o PMDB precisa apresentar uma "lista tríplice" para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, escolher quem será o candidato a vice da chapa petista ao Palácio do Planalto, em 2010, o presidente Lula jogou água na fervura da crise com o principal aliado. Em café da manhã com jornalistas, Lula afirmou que quem vai indicar o vice é Dilma e fez vários elogios tanto ao PMDB como ao presidente da Câmara, Michel Temer (SP), cotado para fazer dobradinha com a ministra.

"O PMDB é o maior partido da base aliada e tem todo o direito de indicar o vice", afirmou Lula. "Agora, quem é candidato é a Dilma, não sou eu. Rei morto, rei posto, nem vento bate nas costas. É ela que tem de escolher o vice." Sem economizar nos afagos, o presidente disse que Temer é "um grande companheiro, um grande presidente da Câmara e um grande presidente do PMDB".

Brasília - O uso de metáforas futebolísticas marcou ontem a troca de farpas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Em entrevista a jornalistas ontem pela manhã, Lula recorreu ao futebol para minimizar a importância de uma eventual chapa puro-sangue entre Serra, e o governador de Minas, Aécio Neves, ambos do PSDB, na corrida ao Planalto.

"Eu não sei se dois Coutinhos (ex-centroavante do Santos), dois Tostões (ex-atacante do Cruzeiro) se saem bem no mesmo time", brincou. "Tenho dúvidas se é bom jogar Tostão com Tostão, Coutinho com Coutinho e Dirceu Lopes (outro ex-atacante do Cruzeiro) com Dirceu Lopes. Não sei se daria certo", emendou. Em conversas reservadas, porém, petistas argumentam que uma composição entre os governadores dos dois maiores colégios eleitorais do país causaria riscos à candidatura de Dilma.

O governador paulista devolveu na mesma moeda. O tucano disse ontem que dois bons jogadores podem, sim, atuar no mesmo time. "Acho que, quando o jogador é muito bom, dá para duplicar. Dá-se um jeito de colocar os dois em campo." Mas, quando questionado se a mesma teoria pode ser aplicada à política, Serra saiu pela tangente: "Vamos pensar a respeito".

Cautela

Lula adotou tom cauteloso ao comentar a desistência de Aécio do páreo presidencial, abrindo caminho para Serra. "Não sei se isso é definitivo ou não, se foi uma forma de pressão ou um gesto para dentro do PSDB", argumentou. Disse, depois, que vai conversar com Serra hoje, em São Paulo, e com Aécio depois das festas de fim de ano. "Eu me dou muito bem com Serra, com Aécio, com todo mundo", afirmou, rindo.

O presidente insistiu em pregar a polarização entre Dilma e Serra, já que defende uma campanha plebiscitária de comparação entre os governos do PT e do PSDB. Disse que Dilma, se eleita, manterá a política econômica e o controle da inflação, definido por ele como uma "coisa preciosa". "A Dilma tem juízo político e econômico. Não rasga nota", afirmou.

Nada a declarar

Já o governador de São Paulo, mais uma vez, não quis tratar de questões eleitorais. Ques­­­tionado a respeito da nova pesquisa presidencial do Instituto Datafolha, divulgada domingo, Serra respondeu que não falaria sobre política.

O Datafolha mostrou que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, reduziu para 14 pontos a diferença que a separa do governador, que lidera, com 37% das intenções de voto. Dilma tem 23%. Em agosto, a diferença entre eles variava de 19 a 25 pontos. Serra disse que é possível que ele se encontre com Lula na quarta-feira (23), mas que a reunião ainda não está confirmada. Serra não quis adiantar o tema da possível conversa com o presidente.

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