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A mãe do bebê de 1 ano e 3 meses que morreu ao ser esquecido dentro do carro pelo pai não compareceu para depor na manhã desta segunda-feira. Os depoimentos dela e de um tio da criança estavam marcados para 10h na delegacia da Água Fria, na zona norte da capital. Às 11h, um advogado ligou para a delegacia e afirmou que a família continua muito abalada e não teve condições de ir depor.

O delegado João de Araújo afirmou que vai intimar novamente os três e marcar nova data para os depoimentos. Os pais terão de apresentar atestado médico para justificar a ausência. O pai da criança, Carlos Alberto Legal Filho, continua em estado de choque.

A criança morreu na quarta-feira, depois de passar mais de 5 horas trancada no carro. O bebê teve queimaduras de primeiro e segundo graus.

Segundo a delegada responsável pelo caso, Adanzil Limonta, o caso foi uma fatalidade.

- Segundo o relato da mãe, ele sempre foi um bom pai e os familiares não viam motivo sequer para esse esquecimento - diz a delegada.

Todas as manhãs, o pai seguia o mesmo roteiro: deixava a mulher no trabalho e os dois filhos em escolas diferentes. Na última quarta-feira ele mudou a rotina.

- Houve uma inversão por horário, por atraso, que a mãe teve que ser deixada no metrô antes do bebê. Saindo do metrô ele se dirigiu para o local dele de trabalho, uma academia de ioga muito perto da estação do metrô e houve uma coisa assim inexplicável. Ele esqueceu, ele pulou a fase de deixar o bebê na escola - explica a delegada.

Por volta da hora do almoço, Carlos pressentiu que havia algo errado. Quando chegou no carro, o bebê estava inconsciente e com queimaduras de primeiro e segundo graus provocadas pelo calor. A morte do garoto foi constatada no hospital.

O pai que esqueceu o filho, causando sua morte por asfixia e insolação , poderá obter um perdão judicial. Segundo o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Celso Limongi, a lei autoriza o juiz a conceder esse benefício.

- Ele já foi punido tão severamente que, nesse caso, a lei até por uma questão de humanidade dispensa da aplicação da pena - explica Limongi.

O pai do bebê foi indiciado por homicídio culposo, sem intenção de matar. O inquérito policial deve ser concluído em 30 dias.

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