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Atualizado em 18/01/2006 às 23h55

O governador José Serra confirmou, por volta de 16h, a retirada de mais dois corpos de dentro da van soterrada pelo desabamento da estação Pinheiros do Metrô. Um corpo foi identificado ainda no local. Era do motorista Reinaldo Aparecido Leite, de 43 anos, que dirigia a lotação. A segunda vítima foi identificada por volta de 19h, era o cobrador do lotação, Wescley Adriano da Silva, de 21 anos.

A família informou que, assim que o corpo de Wescley for liberado, ele será levado para Natal, no Rio Grande do Norte, onde ele nasceu. O translado será feito de avião. A mulher do cobrador, grávida de oito meses, vai acompanhar o enterro. Ela viajará com o apoio de uma médica obstetra e de uma enfermeira. Todas as despesas dos enterros está sendo paga pelo consórcio responsável pelas obras.

Essas empresas afirmam que ainda não sabem as causas do acidente. O governador afirmou que estuda antecipar o pagamento de indenizações às vítimas.

A terceira vítima, que também deveria estar no veículo, ainda não foi localizada, e o trabalho dos bombeiros continua. Um terço da van ainda está sob os escombros e os bombeiros acreditam que pode haver mais um corpo ali.

A família do motorista se diz aliviada com o fim da espera. Parentes das vítimas estão acampados no local do acidente desde sexta-feira. De acordo com o Corpo de Bombeiros, as vítimas retiradas apresentavam politraumatismo.

A chuva que cai nesta quinta-feira em São Paulo aumentou o risco de novos deslizamentos na cratera do metrô, em Pinheiros, zona oeste, e dificultou o trabalho dos bombeiros, que só conseguiram retirar o veículo dos escombros por volta de 14h30.

Os bombeiros tiveram de concretar as bordas da cratera para evitar mais desmoronamentos. Plásticos também estão sendo usadas para cobrir a cratera e evitar deslizamentos. A terra ficou pesada por causa da água. No túnel sob a Marginal Pinheiros há muitas fissuras. Na frente de trabalho do túnel Faria Lima, onde está a van, os trabalhos foram retomados nesta manhã, mas num ritmo mais lento. Os bombeiros fizeram um trabalho manual de retirada da lama. Três retroescavadeiras estão posicionadas para ajudar no resgate.

A chuva e o vento também provocaram o movimento da grua de 100 toneladas que está no local do acidente nas obras do metrô. O braço do equipamento se movimentou. Embora a grua esteja presa por pesos de mais de 250 toneladas e cabos de aço, voltou o risco de que a terra sob o equipamento possa ceder.

Segundo o capitão Mauro Lopes, os homens paravam o trabalho a toda hora para limpar o terreno, porque a lama fazia as escavadeiras patinarem. Cerca de 40 homens trabalham no local e são acompanhados por peritos criminais.

Os bombeiros retiraram, por volta das 5h40m desta quarta-feira, o terceiro corpo da cratera da Estação Pinheiros do metrô, do motorista de caminhão Francisco Torres. Antes, haviam sido resgatados da cratera os corpos da advogada Valéria Marmit , de 37 anos, e da aposentada Abigail Rossi de Azevedo , de 75 anos.

Na superfície, continuam os trabalhos de retirada de entulhos. Mais de 3 mil caminhões de terra já foram retirados. A Defesa Civil divulgou balanço informando que 13 imóveis estão condenados. Pelo menos 132 pessoas tiveram de deixar suas casas. Cinco imóveis comerciais foram liberados pela Defesa Civil nesta segunda. A Defensoria se reuniu durante a tarde com os proprietários dos imóveis para explicar o processo de indenização.

O secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, disse que as empresas do consórcio poderão ser indiciadas, caso as investigações apontem responsabilidade delas no acidente.

De acordo com o consórcio Via Amarela, que realiza as obras do ramal, todas os prejuízos serão cobertos pelo seguro. Essas empresas afirmam que as fortes chuvas que caíram na capital paulista entre dezembro e o começo de janeiro podem ter causado o desabamento . O consórcio descartou ainda negligência ou falhas que possam ter causado o acidente. Um engenheiro do consórcio admitiu que o teto da laje cedeu antes do desabamento e havia trincas. O vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman, falou sobre falha de engenheiros. Mas o Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT) vai preparar um laudo sobre o acidente.

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