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Contratações

Diretor nega que atos tenham servido para nomeações

Folhapress

Brasília - O diretor-geral-adjunto do Senado, Luciano Gomes, negou ontem que os atos secretos assinados pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), tenham sido usados para contratar parentes e afilhados políticos do peemedebista. Em nota, Gomes afirmou que Sarney assinou nove dos 663 atos secretos – sendo dois na presidência da Casa e outros sete como integrante da Mesa Diretora – e que nenhum tratava de nomeação ou exoneração de qualquer servidor do Senado.

O documento assinado pelo diretor-geral-adjunto não faz referência ao fato das contratações sigilosas envolverem familiares e aliados políticos do presidente da Casa. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, 10% dos atos favoreceram a nomeação de pessoas próximas a Sarney.

Brasília - Acusada de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica, entre outros crimes, a empresária Teresa Murad, nora do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi indiciada ontem pela Polícia Federal no inquérito da Operação Boi Barrica. Mulher do empresário Fernando Sarney, filho do senador e responsável pelos negócios da família no Maranhão, Teresa figura junto com a filha, Ana Clara, como sócia das empresas do grupo, investigadas por suspeita de transações financeiras ilegais no estado.

No dia anterior, Fernando já havia sido indiciado pelos mesmos crimes e mais formação de quadrilha e comando de direção financeira irregular. O depoimento de Teresa durou mais de duas horas e seu teor não foi divulgado, mas ela teria entrado em contradições em vários momentos. A investigação foi desencadeada a partir de um saque de R$ 2 milhões em espécie que Fernando teria feito em 2006.

Interceptações telefônicas com autorização judicial e documentos apreendidos pela polícia mostram que o dinheiro seria para financiamento da campanha de Roseana Sarney ao governo estadual. Os dois negam as acusações. Roseana perdeu a eleição, mas assumiu o cargo há cinco meses com a cassação do mandato do governador eleito, Jackson Lago (PDT), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por enquanto, segundo a PF, a governadora ainda não figura no rol de investigados, que já somam 13 pessoas. A PF abriu cinco inquéritos para investigar as irregularidades atribuídas à família Sarney no Maranhão, tendo Fernando como cabeça do esquema.

O vazamento de supostas gravações da PF lança a suspeita de que José Sarney possa estar envolvido diretamente na edição dos atos secretos. Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, interceptações telefônicas realizadas durante a Operação Boi Barrica, com autorização judicial, identificaram telefonemas de Fernando Sarney para o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia.

Nas ligações, há indícios de que a família do presidente da Casa negociava com o ex-diretor a contratação sigilosa de parentes e afilhados políticos do peemedebista. Gravadas entre março e abril de 2008, as conversas apontam que Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, neta do presidente do Senado, teria conseguido empregar na Diretoria Geral Henrique Dias Bernardes, identificado pela PF como seu namorado.

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