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O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", foi condenado a 30 anos de prisão pela morte da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, em Anapu, no Oeste do Pará. A sentença saiu às 16h50 desta terça-feira (15). Por cinco votos a dois, os jurados entenderam que ele foi um dos mandantes e mentor intelectual do crime.

A pena é de 30 anos de reclusão por homicídio duplamente qualificado, com o agravante de a vítima ser idosa. A Justiça não permitiu que Moura recorra da sentença em liberdade.

O julgamento teve início na segunda-feira (14). Neste terça, a sessão começou com as explanações do Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Edson Cardoso, com auxílio de advogados. Depois, os advogados Américo Leal e Eduardo Imbiriba fizeram a defesa do fazendeiro.

Às 16h, terminaram as réplicas e tréplicas e os jurados foram para a sala secreta.

"Segunda morte"

No primeiro dia de júri, "Bida" negou envolvimento no caso e disse que não conhecia a missionária americana. A declaração foi reforçada por um dos acusados de executar o crime: Rayfran das Neves, condenado a 27 anos por ter efetuado os disparos que mataram a religiosa, mudou a versão dos 12 depoimentos que havia feito à Justiça - e também em seu julgamento - e inocentou "Bida" como um dos mandantes do crime.

A Promotoria e o irmão de Dorothy, David Stang, ficaram revoltados com a declaração de Neves. "Senti que a minhã irmã foi assassinada mais uma vez aqui. Tentaram ferir a moral dela, matar a sua imagem. Estou furioso e triste por isso. Não esperava por essa estratégia, mas ainda aguardo a Justiça desta terra", disse. Dorothy Stang foi morta a tiros em fevereiro de 2005 em Anapu (PA). Segundo a Promotoria, a missionária foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.

Dorothy trabalhou durante 30 anos em pequenas comunidades da Amazônia pelo direito à terra e à exploração sustentável da floresta.

Os dois pistoleiros que a mataram, Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo Carlos Batista, e o homem que os contratou, Amair Feijoli da Cunha, já foram julgados, condenados e estão presos.

Ainda falta ir a julgamento outro fazendeiro que também é acusado de ser um dos mandantes do crime. Reginaldo Pereira Galvão aguarda o júri em liberdade.

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