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Manifestantes se reúnem na Boca Maldita | Átila Alberti/Tribuna do Paraná
Manifestantes se reúnem na Boca Maldita| Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

Curitibanos contrários ao governo da presidente Dilma Roussef e ao Partido dos Trabalhadores (PT) voltaram às ruas neste domingo (20), para protestar e pedir o impeachment. Organizado a partir de redes sociais, o ato teve um pico de duas mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM). Os manifestantes também não pouparam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem se referiam como “ladrão”, nas palavras de ordem.

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O protesto se concentrou na Praça Santos Andrade, onde, pouco depois das 14 horas, os manifestantes partiram em passeata, passando pela Avenida Marechal Deodoro, até chegar na Boca Maldita. O trajeto foi acompanhado por um caminhão de som do Movimento Curitiba Contra a Corrupção, que centralizou os discursos. A maioria dos participantes vestia verde e amarelo ou carregavam bandeiras do Brasil. Carros que passavam pela multidão, buzinavam sinalizando apoio.

“Esta é uma demonstração de que nós não vamos parar até o PT sair do poder”, gritou um dos oradores.

O ato também prestou apoio à Operação Lava Jato. Em um dos discursos no carro de som, um manifestante atribuiu ao juiz federal Sérgio Moro o papel de “herói”. “Sérgio Moro é nosso novo líder e mentor. É o herói do povo brasileiro”, destacou. “Ele está passando o Brasil a limpo”, completou.

Os organizadores acusaram o ato em defesa do governo – ocorrido na última sexta-feira – de ter relações com governos de Venezuela e da Bolívia. “Não podemos aceitar esse comunismo nojento”, disse. O Movimento Curitiba Contra a Corrupção ressaltou que não tem vínculos com partidos políticos e pediu doações em dinheiro para manter os protestos.

Um estudante secundarista que não se identificou também discursou no caminhão de som e atacou a União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Paranaense dos Estudantes (UPE), a quem acusou de serem financiados pelo PT. Outros discursos mencionavam que o país deve primar pela “meritocracia pelo trabalho” e rever leis trabalhistas.

Não foi registrada a presença de nenhum político no ato. Além das críticas a líderes do PT, houve menções pontuais a outros dois políticos: o governador Beto Richa (PSDB) e o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT).

Uma das manifestantes, Joceli Mehl contou que o que a motiva a participar dos protestos é a corrupção. Ela disse que participou de todos os atos realizados em Curitiba, desde o julgamento do chamado “Mensalão” e afirmou que defende a punição irrestrita. “Eu não tenho bandido de estimação. Quem tem bandido de estimação é o PT”, apontou.

Houve quem tenha aproveitado o ato para ganhar dinheiro. Desempregado, Otair Tadeu vendia bonecos infláveis que representavam Lula com roupa de presidiário – os chamados “Pixulecos”. Até a metade da manifestação, ele havia comercializado 20 unidades, a R$ 20, cada. “Se eu não estivesse vendendo, talvez eu viesse participar com a minha família, porque está difícil. Falta emprego”, avaliou.

A manifestação terminou pouco depois das 16 horas, com a execução do Hino Nacional e aos gritos de “viva Sérgio Moro”. Segundo a PM, não foram registrados incidentes.

São Paulo

Uma semana depois do protesto que atraiu 500 mil pessoas, manifestantes antigoverno voltaram a se reunir na avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (20). Um grupo promove um buzinaço no mesmo ponto da avenida em que foram montadas cerca de 30 barracas em uma “vigília” pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Neste domingo, o grupo levou para a Paulista o boneco gigante do ex-presidente Lula vestido como presidiário. Os manifestantes também providenciaram um display do juiz federal Sergio Moro para fotos.

Quatro banheiros químicos foram levados ao local para os acampados. Simpatizantes formam uma fila para assinar um abaixo-assinado em apoio à Polícia Federal.

Os manifestantes dizem que 50 pessoas passaram a madrugada no ponto da concentração, em frente ao prédio da Fiesp. Eles dizem que só vão sair com a queda de Dilma.

Na tarde de sábado, cerca de 200 pessoas chegaram a bloquear a avenida no sentido Paraíso. Neste domingo, a Paulista é aberta apenas a ciclistas e pedestres.

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