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A expectativa dos organizadores é de que 25 mil manifestantes participem dos protestos  em  Brasília | Valter Campanato/Agência  Brasil
A expectativa dos organizadores é de que 25 mil manifestantes participem dos protestos em Brasília| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Manifestantes que pedem o impeachment de Dilma Rousseff realizam neste domingo protestos em pelo menos oito capitais do país, além do Distrito Federal. As manifestações pela manhã já contam com grandes aglomerações registradas em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Brasília.

Organizadores das manifestações, convocadas principalmente pelas redes sociais, prometem protestos em centenas de cidades no país e no exterior em meio à desaprovação recorde da presidente nas pesquisas de opinião.

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No início da manhã, já havia concentração de manifestantes em Brasília e algumas capitais brasileiras, como Recife, Belém, Maceió e Belo Horizonte.As pessoas exibiam cartazes contra Dilma, vestindo roupas verde e amarelo e portando cartazes contra a corrupção.

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Em Brasília, onde os manifestantes começaram a seguir em direção à Esplanada dos Ministérios por volta das 10h30, 20 mil pessoas participam do protesto, segundo estimativas da Polícia Militar divulgadas pela Globo News. De acordo com os movimentos que organizam o ato, o público é de 45 mil.

Em março e abril do ano passado, atos semelhantes reuniram 45 mil e 25 mil pessoas na capital federal, de acordo com a PM.

No Rio de Janeiro, os manifestantes que se concentravam na orla, na altura do posto 5, iniciaram por volta das 11h30 deslocamento em direção ao Leme. Quatro carros de som contratados a cerca de R$ 2 mil cada um por grupos contrários à presidente Dilma ecoam palavras de ordem pelo impeachment, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de exaltação ao juiz Sérgio Moro. Ainda não há estimativa de público -no protesto de abril, a PM do Rio não divulgou números, mas os organizadores falaram de 20 mil presentes. Em março, a PM calculou 100 mil presentes.

Em Belo Horizonte, cerca de 400 pessoas estão concentradas na Praça da Liberdade desde o início da manhã deste domingo. A Polícia Militar trabalha com um pico de movimento de 10 mil a 20 mil protestantes. Já os organizadores do evento, como o Patriotas, o Vem Pra Rua, e o Brasil Livre, estimam reunir 40 mil pessoas.

Em Salvador, a PM estima 4.000 pessoas no Farol da Barra e, em Belém, 1.500 pessoas na região central da cidade.

Manifestantes aplaudem PM na Esplanada dos Ministérios

O clima é tranquilo na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, onde manifestantes se concentram para os protestos desta manhã que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e investigações e punição dos crimes de corrupção no governo federal descobertos pela operação Lava Jato. A expectativa dos organizadores é de que 25 mil manifestantes participem dos protestos na capital federal. A Polícia Militar colocou 2 mil homens na Esplanada dos Ministérios para acompanhar os protestos. Eles foram aplaudidos pelos manifestantes quando chegaram ao local.

Apesar de a participação popular ser menor do que nas duas manifestações anteriores na concentração em frente ao Museu Nacional da República, vários grupos estão espalhados na Esplanada aguardando a caminhada até o Congresso Nacional.

O aposentado Paulo Alves, de 82 anos, é um dos manifestantes. Ele defende a saída da presidente Dilma Rousseff por meio de impeachment, mas critica o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Infelizmente, o presidente Eduardo Cunha deve seguir no cargo para conduzir o processo de impeachment de Dilma”, afirma. Como o processo de impeachment seria político, o aposentado diz que não haveria a necessidade de novas eleições, com a Presidência da República sendo assumida pelo vice-presidente Michel Temer.

São Paulo

Em São Paulo, os protestos estão marcados para o início da tarde, na Avenida Paulista. Mas, por volta das 11h, uma das pistas da via foi interditada pelos manifestantes.

Cidades do interior paulista também registravam protestos. A manifestação em Jundiai (SP), cerca de 60 quilômetros da capital, começou às 10h, numa das avenidas mais movimentadas da cidade. Um caminhão de som tocava músicas contra o governo da presidente Dilma e com muitas palavras de ordem contra também o ex-presidente Lula.

Em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, cerca de seis mil pessoas - segundo a Polícia Militar - participam dos protestos que ocorrem na manhã deste domingo. Os manifestantes se reuniram em frente do prédio da Prefeitura, na avenida Alberto Andaló, onde os organizadores discursaram pedindo a renúncia e o impeachment da presidente à Dilma e criticaram o PT.

A PM fez operações nas proximidades de São José do Rio Preto para cumprir a determinação da Justiça, que proibiu que menores de 16 anos participassem dos protestos desacompanhados dos pais ou responsáveis. Nenhum menor havia sido encontrado até as 11 horas.

Diferentemente dos outros protestos, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que não divulgará o número de manifestantes que participarão do ato na Avenida Paulista neste domingo, 16. A PM reforçou o policiamento na estação Palmeiras/Barra Funda, na zona oeste. Por volta das 11h45, policiais vigiavam todas as saídas da estação à espera da saída dos torcedores do jogo entre Palmeiras e Flamengo, realizado no Allianz Parque.

Avaliação

Diante dos protestos, a presidente decidiu permanecer em Brasília neste fim de semana acompanhada por ministros do núcleo da coordenação política para monitorar as manifestações.

Dilma poderá designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos protestos, informaram duas fontes do governo.

De acordo com uma das fontes consultadas, o governo considera que haverá “grande” adesão aos movimentos e que isso ocorrerá devido ao contexto marcado pelo aprofundamento da recessão, aumento do desemprego, baixa popularidade da presidente e agravamento da crise política.

Políticos

Em Belo Horizonte, a manifestação anti-Dilma contou com a presença do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado nas eleições presidenciais de 2014. Foi a primeira participação do tucano nos atos contra o governo.

Vice na chapa de Aécio, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) participou do ato em Brasília avaliou que, independentemente do número de manifestantes nas ruas, a rejeição à presidente Dilma Rousseff é “oceânica”.

Segundo Aloysio, o alívio dado ao Palácio do Planalto na última semana, quando foi apresentada agenda de reformas pelo PMDB no Senado Federal para superar a crise econômica, tem “fôlego curto”.

A manifestação de Brasília teve ainda participação de políticos do PMDB, como o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que defendeu a renúncia de Dilma e a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do cargo.

Reforça essa avaliação, conforme uma segunda fonte consultada, a deflagração na quinta-feira da 18ª etapa da operação Lava Jato, desta vez envolvendo o Ministério do Planejamento.

Paralelamente, Dilma tem afirmado em discursos e entrevistas que não renunciará ao cargo e tem ainda pregado um respeito à democracia e ao resultado das eleições.

Congresso

No front da relação com o Congresso, tem buscado uma aproximação com o Senado, especialmente com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), diante de uma situação na Câmara dos Deputados classificada de “inadministrável” por um importante parlamentar da base aliada.

Segundo pesquisa Datafolha, 71 por cento dos entrevistados para a sondagem consideram o governo Dilma ruim ou péssimo e 66 por cento são favoráveis ao impeachment.

Dilma conseguiu algum fôlego nesta semana, após seu governo fazer uma aproximação com o Senado e de obter decisões favoráveis no Tribunal de Contas da União e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Também contribuiu para o alívio a Dilma o diálogo e o apoio que ela teve de movimentos sociais.

Ainda assim, a presidente tem pela frente processos que podem resultar na cassação de sua chapa presidencial na eleição do ano passado pelo TSE e a análise das contas de seu governo no ano passado pelo TCU.

Caso o órgão de contas emita um parecer ao Congresso Nacional recomendando a rejeição das contas, a decisão pode dar força aos partidários da abertura de um processo de impedimento da presidente.

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